OS DRAMAS DOS ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI
"Hoje participei de uma reunião em um bairro de Fortaleza, onde a população residente não aceita a construção de um Centro Socioeducativo para adolescentes em conflito com a lei em regime de semiliberdade. Como a sociedade é tão excludente, a opinião dos presentes é que a obra irá desvalorizar os seus imóveis e que seus filhos não poderiam conviver com os bandidos mirins. Diante de tamanho absurdo, indaguei o que deveríamos fazer com esses adolescentes. Colocar uma pedra no pescoço e atirar no mar? Será que esses jovens que não tiveram as mesmas oportunidades que seus filhos não tem direito de uma segunda chance na vida?
Não podemos negar os delitos cometidos por estes adolescentes, mas tenho certeza que são menores que os cometidos pelos lambedores de rapadura. Esses privam os filhos abastardos da sociedade terem acesso aos seus direitos, dentre eles, educação e saúde de boa qualidade e às vezes chegando até usurpar a merenda escolar. Esses sim, são os maiores malfeitores da nossa sociedade. O triste desse drama é que a população é quem outorgou o direito de lhe representar, portanto assim tem meia culpa.
Certa vez Madre Teresa de Calcutá disse que o seu trabalho em prol dos menos afortunados era uma gota d’água dentro do oceano, mas o oceano sem essa gota era menor. Portanto, se desejamos ter um mundo melhor, então deveremos começar a ter um olhar diferenciado para aqueles que a vida não foi tão justa.
Esses adolescentes devem pagar o preço justo do delito que cometeram, mas também não devemos ser implacáveis ao não permitir o seu retorno a sociedade."
(Carlos Teles)
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