Sinceramente. Confesso que essa briga de Cid Gomes com Luizianne Lins
já encheu meu saco. Não é possível que, todos os dias, os jornais se
ocupem em noticiar mensagens para os supostos campos em oposição. Cada
um quer porque quer emplacar um candidato e a Cidade que se dane.
Fico muito indignado por Fortaleza. Nossa cidade não merece tanta
mesquinharia junta. Voltamos a uma política dos tempos do partido verde
contra o partido encarnado. Uma discussão que não consegue avançar em
termos de um projeto político-administrativo. Cada um está mais
empenhado em consolidar a sua patota política.
Fortaleza é uma megacidade. Mais que uma capital. Porém, em termos
políticos se comporta como uma província. A maneira como o processo
sucessório começou, me deixa preocupado. Muito limitado. Muito
mesquinho.
Por mais importante que sejam estas duas personalidades em disputa:
Cid x Luizianne, Fortaleza é maior que os dois. Parece uma briga de egos
inflados. Nada mais. E, sinceramente, Fortaleza não merece isso.
Aliás, escolher um nome – se é Zeca ou Cazuca – pouco importa.
Queremos compromissos com os problemas reais da Cidade. Como resolver
essa situação da mobilidade urbana? Fortaleza está asfixiada. Não anda.
Como melhorar a saúde que está calamitosa? As unidades hospitalares de
urgência vivem clima de terror. Isso não é humano. Como enfrentar esse
problema da violência? Que modelo de administração está sendo proposto? O
que faremos com a educação? Vamos estimular e descentralizar o governo
municipal? Ou vamos deixar que as Regionais sejam apenas cabides de
empregos para os amigos dos partidos da base de apoio?
São muitas questões sérias, graves. E ficam estes dois trocando
farpas “egóicas”. Chegam a beirar o ridículo. Cuidado Luizianne e Cid. A
população de Fortaleza não é trouxa. Está percebendo e registrando essa
briga ridícula, que não tem nada a ver com os reais problemas da
cidade. Na hora do voto na urna, não mostrem susto se o resultado fugir
ao “combinado” pelos cartolas da politicagem. Fortaleza não aceita
cabresto.
(Antônio Mourão Cavalcante, no O Povo e Blogue do Eliomar)