"Entre seus dedos macios os bilros atritam,
como dardos de fogo crepitante;
voam no espaço limitado, voltam velozes,
de uma a outra mão domesticados.
Voam e volteiam em ritmos iguais e sonoros
como sons de uma harpa celestial:
enquanto a mão prende um feixe de linha
a outra retira e espeta o espinho na almofada.
E os dedos trocam os bilros
num vaivém de ritmos atroantes
e é como se mãos de crianças se enredassem nos
desenhos do estrado
que a artesã-rendeira vai ao tempo bordando. (...)."
como dardos de fogo crepitante;
voam no espaço limitado, voltam velozes,
de uma a outra mão domesticados.
Voam e volteiam em ritmos iguais e sonoros
como sons de uma harpa celestial:
enquanto a mão prende um feixe de linha
a outra retira e espeta o espinho na almofada.
E os dedos trocam os bilros
num vaivém de ritmos atroantes
e é como se mãos de crianças se enredassem nos
desenhos do estrado
que a artesã-rendeira vai ao tempo bordando. (...)."
(JOSÉ ALCIDES PINTO, poeta cearense)