UM ESPAÇO PARA LIVROS, CULTURA NORDESTINA E FÓRUM DA ZONA NORTE (CE). (85) 985863910
21 de abr. de 2012
OH, CIDADE VELHA!
Que saudade de tuas meninas... Bonitas! E a cada dia que passa, mais! (Oh, diá!). Saudade de teus bêbados, sempre dispostos a ouvir nossas lamúrias... Saudade de teus garçons (Saudade, meu amigo Juca!), de teus loucos, de tua gente bonachã... Saudade de tuas ruas calmas e sossegadas... como colo de vovó... Saudade de tuas praças, que sempre abrigaram meu porre de cana e calmaria... Esse diabo poeta sente tua falta!
A TURMA DA FUTRICA!
Parlamentares votados, por nós cearenses , que não assinaram o requerimento da criação da CPI do Cachoeira (ou da mídia):
* Vicente Arruda (PR)
* Eudes Xavier (PT)
* Mauro Benevides (PMDB)
* Eunício Oliveira (PMDB)
* Anibal Gomes (PMDB)
* Arnon Bezerra (PTB)
* Manoel Salviano (PSD)
* José Linhares (PP)
"EU, CAÇADOR DE MIM!"
Diante de tantas bondades dos políticos no Facebook, acho que vou arrumar uma cela e me socar nela!
NO LUGAR ERRADO
Leio no Twitter: "O ex-superintendente do DNIT, Guedes Neto, recebia propina da Construtora Delta? O
homi só aparece nas colunas sociais. Não deveria estar nas policiais!?"
SEM SANGUE NOS OLHOS
De: Tarcísio Pequeno, Prof. da UFC:
"Manifestação de direita e alienados é algo muito complicado."
Contexto: Marchas contra a corrupção.
ORA, ORA!
A turma está na Net inflacionando os opacos movimentos contra a corrução. Movimentos sem povo... Bobinhos, ela é o combustível do capital!
LIBERTINAGEM DE EXPRESSÃO
"Você acha que tem liberdade de imprensa no Brasil? Veja: uma pesquisa revelou que Rede Globo, SBT, Record, Rede TV!, Bandeirantes e CNT controlam, juntas, 668 veículos de informação em todo o país, sendo 309 de TV, 308 de rádio e 50 jornais diários. Outro dado
preocupante divulgado pelo Fórum Nacional pela Democratização da
Comunicação: em uma pesquisa feita pelo fórum, das 332 emissoras de TV no Brasil,
aproximadamente 80% (262) estão ligadas a esses 6 grupos familiares. "
(FREI BETTO)
MAIS UMA PERDA
Sendo lamentada nesta noite a morte do advogado Vasco Damasceno Weyne. O Blogue do Eliomar diz:
"Vítima de complicações do Alzheimer morreu neste sábado, o
ex-presidente da OAB do Ceará, Vasco Damasceno Weyne (81). O velório
ocorre na Loja Maçônica que leva o seu nome e que fica na rua Jaime
Benévolo, 1049 (Dionísio Torres). Vasco Damasceno Weyne, jurista dos mais respeitados no Estado, também
foi procurador-geral do Estado e também procurador de Justiça do
Estado."
CONSTATAÇÃO
PAUTAS AMARRADAS
Tem revista no Brasil fazendo contorcionismo jornalístico, para ver se atravessa uma certa cachoeira. Oh, diá!
OS FELICIDADINHOS
Nas repartições públicas é comum a existência de umas figuras exóticas. Geralmente, adeptos de uma nova religião, vivem apregoando a nova vida, a felicidade larga e fácil e o amor pétreo pela mulher. São seres escorregadios, que pulam na primeira gandaia que houver. Corra desses tipos!
TEM TODO O DIREITO!
Um colega reclama de um Professor de História, que diz ser adepto dos tempos da ditadura e prega, soturno, que hoje "está muito pior!"
SEM EMPOLGAÇÃO...
Descupem-me a franqueza, mas noto um certo fôlego de tísico, nessas caminhadas contra corrução!
OS QUE SERVEM À PÁTRIA
"Ruy Barbosa foi um dos homens mais brilhantes de seu tempo.
Como jurista, político, diplomata, escritor e orador, deixou sua contribuição ao povo brasileiro de uma forma toda especial.
Um
dos intelectuais mais sábios de seu tempo, foi um dos organizadores da
República e coautor da Constituição da Primeira República juntamente com
Prudente de Morais.
Ruy Barbosa trabalhou na defesa do Federalismo e do Abolicionismo e na promoção dos direitos e garantias individuais.
Em
especial, sua noção a respeito de Pátria e de patriotismo é verdadeiro
tesouro que temos na literatura brasileira. E que merece ser melhor
estudado.
Eis um breve extrato de texto seu a respeito do tema:
A Pátria não é ninguém: são todos. E cada qual tem no seio dela o mesmo direito à ideia, à palavra, à associação.
A
Pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma
de governo: é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o
berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da
língua e da liberdade.
Os
que servem são os que não invejam, os que não infamam, os que não
conspiram, os que não sublevam, os que não desalentam, os que não
emudecem, os que não se acobardam, mas resistem, mas ensinam, mas
esforçam, mas pacificam, mas discutem, mas praticam a justiça, a
admiração, o entusiasmo.
Porque todos os sentimentos grandes são benignos, e residem originariamente no amor.
No próprio patriotismo armado, o mais difícil da vocação, e a sua dignidade, não está no matar, mas no morrer.
A guerra,
legitimamente, não pode ser o extermínio, nem a ambição: é simplesmente
a defesa. Além desses limites, seria um flagelo bárbaro, que o
patriotismo repudia.
* * *
Será que estamos servindo nossa Pátria?
Será que não estamos nos perdendo, por vezes, na pura e maldosa difamação do país?
Em muitas situações, trazemos o vício da maledicência também para as questões envolvendo o desenvolvimento de nosso Brasil.
Fala-se mal por falar mal e pronto. Critica-se, acidamente, sem apresentar soluções, como se o país fosse um caso perdido da história humana na Terra.
Os
que servem são os que não difamam e também os que não desalentam, pois
enxergam nos outros brasileiros seus irmãos de caminhada.
Estamos
juntos, num mesmo contexto político-social, por uma razão especial.
Nascemos onde precisamos nascer, seja por compromisso com esta terra ou
por missão bendita, que nos coloca a serviço do bem em solo brasileiro.
Os que não emudecem são os que fazem sua parte, seus deveres de cidadão consciente, e só assim exigem seus legítimos direitos.
Não
se acobardam diante das lutas, dos desafios frequentes e necessários,
pois sabem que toda vitória exige estudo, trabalho e dedicação.
Por isso ensinam... Ensinam o amor nos lares e nas ruas: amor à família, ao próximo, ao Brasil.
Os
que servem à Pátria são os que pacificam a si mesmos, tornando-se
missionários do amor, do entendimento, como um Ruy Barbosa, como um
Ildefonso Pereira Correia, um Chico Xavier, e tantos outros.
Será que estamos servindo nossa Pátria?
Pensemos nisso..."
Redação do Momento Espírita com base no livro Obras
completas de Ruy Barbosa, tomo 1, ed. Baraúna.
Em 20.04.2012.
completas de Ruy Barbosa, tomo 1, ed. Baraúna.
Em 20.04.2012.
(Texto enviado ao Blogue por Manuel de Jesus)
DIA DE CHUVA
"O dia. Águas por todos os lados. Sonho com silêncios. Um livro. Um mundo se espraia. Vamos ler!"
(Jorge Pieiro, poeta cearense)
Numa Manhã Qualquer
Tranquila alvorada... A neblina do
inverno pincela sua segunda mão de orvalho, suave, nos verdes vivos da flora
campestre.
Flores amarelas, rosas e anis,
dançam, desabrochando, ao receber a carícia da brisa matutina e as primeiras colheradas
de luz.
Dedicados beija-flores, borboletas,
mariposas, abelhas, maribondos, besouros e mamangás revoam para traquinar no
gozo floral.
A passarada exulta ao ver irmão Sol,
anunciando o festejo dos confrades viventes. A sinfonia arranjada, politonal, dá-nos o “bom dia!”,
reanima e alucina.
Na turva água das lagoas e grotas,
piabas animadas debicam a lâmina do teto de seus universos aquáticos, a procura
de desavisados insetos caídos; ondulando riscos, desenhos geométricos em
tecido, entrecruzados.
As rãs e pererecas, através das
caixas ressonais de suas goelas, trazem a zoada ritmada, o balanceio, a
insistência, aos ouvidos do desavisado contemplador.
Neste teatro animado, onde todos
protagonizam, o moleque descalço se assenta numa barranca, pasmo, estupefato
com a complexidade do mundo que ele tenta entender.
O velho estilingue, brinquedo arma
que ele mesmo fez, é deixado cair aos tropeços, escorrega e se some. O menino
nem percebe.
(BENEDITO GOMES RODRIGUES)
O MACACO DÁ PITACO!
"Tiradentes foi enforcado e esquartejado,
porque nāo queria pagar impostos. Hoje ele seria passado numa máquina de moer
carne. Viraria almôndega!"
TORCENDO CONTRA...
"A Veja profetiza na capa desta semana que Cristina Kirchner ruma ao abismo populista. Ou seja: tudo vai dar certo na Argentina." (Palmério Dória)
TUDO COM DANTES!
Tanto tempo se passou, mas a velha e velhaca política continua tirando dentes! E pão, e bocas e sonhos,...
AS POUCAS OVELHAS...
Um bom debate está sendo levantado em Fortaleza, acerca das relações conflituosas e (freudianas) de Professores Diretores (embora muitos esqueçam da sala de aula), vereadores e o poder executivo da capital. Há uma enxurrada de denúncias de assédio moral chegando ao sindicato. Algo vergonhoso e vexatório! A ideia geral é a de que essa gente é venal, serviçal e ponto final! A maioria, infelizmente, colabora e muito para que esse ideia se fortaleça. A mediocridade moral, ética e intelectual no seio dessa gente é estarrecedora! Mas há as excessões. Honrosas exceções. Felizmente!
Tiradentes e a Inconfidência Mineira pela História Oficial
"'Joaquim José da Silva Xavier, o
Tiradentes (Fazenda do Pombal, batizado em 12 de novembro de 1746 — Rio de
Janeiro, 21 de abril de 1792) foi um dentista, tropeiro, minerador,
comerciante, militar e ativista político que atuou no Brasil colonial, mais
especificamente nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro. No Brasil, é
reconhecido como mártir da Inconfidência Mineira, patrono cívico do Brasil,
patrono também das Polícias Militares dos Estados e herói nacional.
O dia de sua execução, 21 de
abril, é feriado nacional. A cidade mineira de Tiradentes, antiga Vila de São
José do Rio das Mortes, foi renomeada em sua homenagem. Nascido em uma fazenda no
distrito de Pombal, próximo ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo, à época
território disputado entre as vilas de São João del-Rei e São José do Rio das
Mortes, na Minas Gerais. Joaquim José da Silva Xavier era
filho do reino Domingos da Silva Xavier, proprietário rural, e da brasileira
Maria Paula da Encarnação Xavier (prima em segundo grau de Antônio Joaquim
Pereira de Magalhães), tendo sido o quarto dos nove filhos.
Em 1767, após o falecimento de
sua mãe, segue junto a seu pai e irmãos para a sede da Vila de São Antônio;
dois anos depois, já com onze anos, morre seu pai. Com a morte prematura dos
pais, logo sua família perde as propriedades por dívidas. Não fez estudos
regulares e ficou sob a tutela de um primo, que era destinta. Trabalhou como
mascate e minerador, tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na
ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e
ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o apelido (alcunha) de
Tiradentes, um tanto apreciativa.
Com os conhecimentos que
adquirira no trabalho de mineração, tornou-se técnico em reconhecimento de
terrenos e na exploração dos seus recursos. Começou a trabalhar para o governo
no reconhecimento e levantamento do sertão sudestino. Em 1780, alistou-se na
tropa da Capitania de Minas Gerais; em 1781, foi nomeado comandante do
destacamento dos Dragões na patrulha do 'Caminho Novo', ferrovia que
servia como rota de escoamento da produção mineradora da capitania mineira ao
porto Rio de Janeiro. Foi a partir desse período que Tiradentes começou a se
aproximar de grupos que criticavam a exploração do Brasil pela metrópole, o que
ficava evidente quando se confrontava o volume de riquezas tomadas pelos
corruptos e a pobreza em que o povo permanecia. Insatisfeito por não conseguir
promoção na carreira militar, tendo alcançando apenas o posto de alferes,
patente inicial do oficialato à época, e por ter perdido a função de marechal
da patrulha do Caminho Novo, pediu licença da cavalaria em 1787.'
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tiradentes
'Pois bem: É esta a história que a
grande maioria do brasileiros sabe. Salvo algum outro historiador mais
garimpeiro saberá contá-la com mais detalhes, e consequentemente, com espírito
crítico... É um 'resumeco' de em enredo trágico e que teve como principal
protagonista um sonhador, transitando no meio de cobras e serpentes traidoras. Ah,
não fica por aí... Ao longo destes cinco séculos de nação sucupirana, mantidas
as devidas proporções, estamos recheados de histórias parecidas...
Tiradentes: A espiritualidade que testemunhou tudo deu uma
maior ênfase ao acontecido...
A INCONFIDÊNCIA MINEIRA
Por morte de D. José, ascendeu ao
trono sua filha, D. Maria I, a Piedosa, a cuja autoridade ficariam afetas as
grandes responsabilidades do trono, naquela época em que um sopro de vida nova
modificava todas as disposições políticas e sociais do Velho Mundo. No seu reinado, Portugal sente
esvaírem-se-lhe as forças poderosas e se encaminha com rapidez para a
decadência e para a ruína. Não fossem as notáveis influências de um Martinho de
Melo ou de um Duque de Lafões, talvez fosse ainda mais desastroso o reinado de
D. Maria, escravizada ao fanatismo do tempo e às opiniões dos seus confessores.
Por esse tempo, o Brasil sofria o
máximo de vexames, no que se referia ao problema da sua liberdade. A capitania
de Minas Gerais, que se criara e desenvolvera sob a carinhosa atenção dos
paulistas, era então o maior centro de riquezas da colônia, com as suas minas
inesgotáveis de ouro e diamantes.
A sede de tesouros edificara Vila
Rica nos cumes enevoados e frios das montanhas, reunindo-se ali uma plêiade de
poetas e escritores que sentiriam, de mais perto, as humilhações infligidas
pela metrópole portuguesa à pátria que nascia. A verdade é que em Minas se sentia,
mais que em toda parte, o despotismo e a tirania. O clero, a magistratura e o
fisco, juntos aos ambiciosos que aí se estabeleceram, apossavam-se de todas as
possibilidades econômicas, presas de criminosa ânsia de fortuna. Os padres queriam todo o ouro das
minas, para a edificação das suas igrejas suntuosas; os membros da magistratura
consideravam de necessidade enriquecer-se, antes de regressarem a Portugal, com
opulentas aquisições; os agentes do fisco executavam as determinações da corte
de Lisboa, árvore farta e maravilhosa, onde todos os parasitas da nobreza iam
sugar a seiva de pensões extraordinárias e fabulosas.
Eram então numerosos na Europa os
estudantes brasileiros, os quais de lá voltavam ao país saturados dos
princípios filosóficos de Rousseau e dos enciclopedistas. A independência da
América do Norte e a constituição democrática de Filadélfia animam aqueles
espíritos, insulados nas montanhas distantes. Por toda a capitania mais rica da
colônia, desdobram-se quadros dolorosos da miséria do povo, esmagado pelos
impostos de toda natureza. As coletividades de trabalhadores, conduzidas à
ruína pelo malogro das minerações, não conseguiriam suportar por mais tempo
semelhantes vexames.
Em Minas, porém, uma elite de
brasileiros considera a gravidade da situação. Intelectuais distintos se sentem
compenetrados da maioridade da pátria, que, ao seu ver, poderia tomar as rédeas
dos seus próprios destinos.
Iniciam-se os esboços da
conspiração. Depois de algumas conversações em
Vila Rica, das quais, entre muitos outros, participaram Inácio de Alvarenga,
Joaquim José da Silva Xavier, Cláudio Manuel da Costa e Tomás Gonzaga,
conversações em que foram adotadas as primeiras providências, a infiltração das
idéias libertárias começou a fazer-se através de todos os elementos da
capitania, no que ela possuía de mais representativo.
José Joaquim da Maia é enviado à
Europa para sondar o pensamento de Jefferson, embaixador da América do Norte em
Paris, e angariar a simpatia dos brasileiros espalhados no Velho Mundo, para o
movimento libertador. Outros estudantes, apaixonados pela emancipação da
colônia, os conspiradores mandam a S. Paulo e a Pernambuco, que formavam os
dois centros mais importantes do país, com o objetivo de conquistar a adesão de
ambos ao movimento. Todavia, nem Joaquim da Maia
conseguiu o auxílio de Jefferson, que apenas chegou a se interessar moralmente
pelo projeto, nem os seus companheiros obtiveram o compromisso formal das
capitanias mencionadas, para se articular o moviento revolucionário.
Pernambuco estava refazendo as
suas economias, depois das lutas penosas de Recife e Olinda, e São Paulo se
encontrava desiludido, depois da guerra dos emboabas, na qual, muitas vezes,
fora vítima da felonia e da traição.
A conjuração de Minas, contudo,
prossegue na propaganda, sem esmorecimentos. Embriagados pela concepção da
liberdade política, mas, dentro dos seus triunfes literários, afastados das
realidades práticas da vida comum, os intelectuais mineiros não descansaram.
Idealizaram a república, organizaram seus símbolos, multiplicaram prosélitos
das suas idéias de liberdade; porém, no momento psicológico da ação, os
delatores, a cuja frente se encontrava a personalidade de Joaquim Silvério dos
Reis, português de Leiria, levaram todo o plano ao Visconde de Barbacena, então
Governador de Minas Gerais. O governador age com prudência, a fim de sufocar a
rebelião nas suas origens, e, expedindo informes para que o Vice-Rei Luís de
Vasconcelos efetuasse a prisão do Tiradentes no Rio de Janeiro, prende todos os
elementos da conspiração em Vila Rica, depois de avisar secretamente aos seus
amigos do peito, simpatizantes da conjuração, quanto à adoção de tais
providências, para que não fossem igualmente implicados.
Aberta a devassa e terminado o
vagaroso processo, são condenados à morte todos os chefes já presos. Os
historiadores falam do grande pavor daqueles onze homens que se ajuntavam,
andrajosos e desesperados, na sala do Oratório, para ouvirem a sentença da sua
condenação, após três longos anos de separação, em que haviam ficado
incomunicáveis nos diversos presídios da época. A leitura da peça condenatória,
pelo Desembargador Francisco Alves da Rocha, levou quase duas horas. Depois de
conhecerem os seus termos, os infelizes conjurados passaram às mais dolorosas e
recíprocas recriminações.
Os mais tristes quadros de
fraqueza moral se patenteavam naqueles corações desiludidos e desamparados;
mas, no dia seguinte, a dura sentença era modificada. D. Maria I havia comutado
anteriormente a penas de morte em perpétuo degredo nas desoladas regiões
africanas, com exceção do Tiradentes, que teria de morrer na forca,
conservando-se o cadáver insepulto e esquartejado, para escarmento de quantos
urdissem novas traições à coroa portuguesa.
O mártir da inconfidência, depois
de haver apreciado, angustiadamente, a defecção dos companheiros, reveste-se de
supremo heroísmo. Seu coração sente uma alegria sincera pela expiação cruel que
somente a ele fora reservada, já que seus irmãos de ideal continuariam na posse
do sagrado tesouro da vida. As falanges de Ismael lhe cercam a alma leal e
forte, inundando-a de santas consolações.
Tiradentes entrega o espírito a
Deus, nos suplícios da forca, a 21 de abril de 1792. Um arrepio de aflitiva
ansiedade percorre a multidão, no instante em que o seu corpo balança, pendente
das traves do cadafalso, no Campo da Lampadosa. Mas, nesse momento, Ismael
recebia em seus braços carinhosos e fraternais a alma edificada do mártir. —
Irmão querido — exclama Esmael — 'resgatas hoje os delitos cruéis que
cometeste quando te ocupavas do nefando mister de inquisidor, nos tem pos
passados.' Redimiste o pretérito obscuro e criminoso, com as lágrimas do
teu sacrifício em favor da Pátria do Evangelho de Jesus. Pássaras a ser um símbolo
para a posteridade, com o teu heroísmo resignado nos sofrimentos purificadores.
Qual novo gênio surges, para espargir bênçãos sobre a terra do Cruzeiro, em
todos os séculos do seu futuro. Regozija-te no Senhor pelo desfecho dos teus
sonhos de liberdade, porque cada um será justiçado de acordo com as suas obras.
Se o Brasil se aproxima da sua
maioridade como nação, ao influxo do amor divino, será o próprio Portugal quem
virá trazer, até ele, todos os elementos da sua emancipação política, sem o
êxito incerto das revoluções feitas à custa do sangue fraterno, para
multiplicar os órfãos e as viúvas na face sombria da Terra...
Um sulco luminoso desenhou-se nos
espaços, à passagem das gloriosas entidades que vieram acompanhar o espírito
iluminado do mártir, que não chegou a contemplar o hediondo espetáculo do
esquartejamento.
Daí a alguns dias, a piedosa
rainha portuguesa enlouquecia, ferida de morte na sua consciência pelos
remorsos pungentes que a dilaceravam e, consoante as profecias de Ismael, daí a
alguns anos era o próprio Portugal que vinha trazer, com D. João VI, a
independência do Brasil, sem o êxito incerto das revoluções fratricidas, cujos
resultados invariáveis são sempre a multiplicação dos sofrimentos das
criaturas, dilaceradas pelas provações e pelas dores, entre as pesadas sombras
da vida terrestre.
Fonte: 'Brasil, coração do mundo
pátria do evangelho'. Livro psicografado pelo espírito do grande poeta Humberto
de Campos, através das mãos laboriosas de Chico Xavier.
Pois bem: Obra que
independentemente de religião, deveria ser lida por todos os brasileiros,
principalmente mestres da área de Ciências Humanas. Nela são tratados com o
testemunho puro e imparcial, toda a história, desde a gestação, passando pelo
nascimento até os anos de mil novecentos e trinta da Nação do Cruzeiro. Esta,
sim, tutelada por Jesus. Não é à toa que intuitivamente sempre dizemos: - Deus
é brasileiro. Esta obra é prova...
Tenho dito... E sempre!!" (Colaboração: MANUEL DE JESUS)
O "CRISTO" DA VELHA ELITE
"(...) Como a Independência brasileira foi conduzida por um próprio filho
da monarquia portuguesa, a figura de Tiradentes, já no Império, foi
edulcorada, podando-se seu aspecto revolucionário e tornando-o um mártir
quase conformista, cuja efígie de Redentor tinha muito das
características de Cristo. A realidade foi bem diferente, Tiradentes
morreu sem renegar suas ideias e assumiu pessoalmente a responsabilidade
por suas ações em favor de uma pátria livre.
A ideia de ruptura sempre foi evitada pelas elites nacionais. Os que
se recusaram a seguir o figurino pagaram caro a ousadia, como os
participantes da Revolução de 1817 e da Confederação do Equador, em
1824, ou os integrantes dos movimentos armados antiditatoriais da década
de 70, no século passado. A filosofia prevalecente na elite brasileira
foi a de que, diante de mudanças inevitáveis, dever-se-ia ceder só na
forma, e quase nada no conteúdo. Assim foi com a Independência (liderada
por um membro da família real e com o apoio dos donos de terra, sem
mexer na estrutura social) com a Abolição dos Escravos (sem reforma
agrária), com a República (um golpe militar, que conservou o poder das
oligarquias), com as redemocratizações de 1946 e 1988 (sem punições dos
torturadores e dos responsáveis pela demolição do Estado Democrático de
Direito). (...)."
BRASÍLIA-PROBLEMA
Vítima do elitismo, da politicagem e da politicalha, Brasília hoje é uma cidade-problema, com seu entorno complexo e seu povo sofrido... Os cearenses que lá estão ou estiveram (com o tambor de argamassa nos ombros), sabem muito bem disso...
SAI DESSA!
Artur Bruno, aquele, discursa como pré-candidato do PT, apoiado pela Loura. O sr. Bruno sabe que prefeito eleito tem que trabalhar! E ele que correu de uma secretaria cidista sabe que, num microfone, a vida é bem mais fácil! Bruno velho, vaselina... A que esperar enganar!?
NOSSAS RAÍZES
"A África está na ponta da língua dos brasileiros. A partir de março, as escolas públicas do País passam a receber o primeiro material didático produzido aqui sobre a história do continente, atendendo a uma lei publicada em 2003, que determina o ensino da história e da cultura africanas aos estudantes. Esse material foi preparado pela Universidade Federal de São Carlos com base na coleção de oito volumes da História Geral da África, compilada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e agora lançada comercialmente pela Cortez Editora. Simultaneamente, chega às livrarias outra coleção, Literatura e Afrodescendência no Brasil: Antologia Crítica, quatro volumes publicados pela editora da Universidade Federal de Minas Gerais que cobrem desde a produção de autores afrodescendentes nascidos antes de 1930, como Luiz Gama - de quem também é lançado Com a Palavra, Luiz Gama - até contemporâneos como Paulo Lins, autor do polêmico Cidade de Deus. Finalmente, para os interessados no diálogo com línguas próximas a nós vindas do outro lado do Atlântico, a Bertrand Brasil publica o Dicionário Yorubá-Português, do ensaísta e especialista em cultos africanos José Beniste. Ele traz 18 mil verbetes e uma introdução básica ao aprendizado e à pronúncia do idioma. Vale o esforço: afinal, trata-se de uma língua falada por 30 milhões de pessoas na Nigéria, sul de Benin e nas repúblicas de Togo e Gana. (...)."
(ESTADÃO)
Para ler toda a matéria:
http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,literatura-e-afrodescendencia-no-brasil-aborda-heranca-africana-para-as-letras-no-pais,785499,0.htm
O RENEGADO
Tiradentes aparece na História oficial como "o mártir da independência". Na verdade foi um homem do povo que, metido com a elite, numa luta desigual, levou a pior. Ainda hoje é tido como o trouxa da cruzeta. Ele era povo. E como tal, tinha que ser escolhido como boi-de-piranha...
ODONTOLOGIA E ARTE
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