Do Uol
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29 de mai. de 2016
PRA PENSAR
"Essa semana, numa aula de Estética em que falava eu sobre a questão do trabalho, fui surpreendido com um 'belo' argumento direitista, que dizia 'Marx que dizia defender os proletários nunca trabalhou!'. Nessa hora quis sumir dali. Quer dizer que as horas dedicadas à leitura dos clássicos da economia-política, a análise e escrita das obras filosóficas feitas por ele (Marx) sem financiamento acadêmico, por não serem produção de objetos, não era trabalho? Se dedicar anos a fio a desvendar o sistema capitalista e questionar sua pretensa universalidade e eternidade não é trabalho intelectual? O papel exercido nas ciências sociais e políticas, seu impacto nas mais diversas áreas do saber, não é trabalho efetivo? A nova DIREITA que se espalha pelo Brasil é um monumento à imbecilidade, regada a chavões e estereótipos repetidos por jovens (papagaios) atrevidos!"
Fco. Bento da Silva - filósofo e prof. da UFC (Cariri)
Fco. Bento da Silva - filósofo e prof. da UFC (Cariri)
DOIDEIRA
O poeta cedrense Paiva Neves conta que certa feita, num ligeiro debate, quando falou de filosofia um sujeito lhe definiu um filósofo como um sujeito barbudo, desocupado, que fica só em casa pensando aresias. Com certeza um desses direitosos que berram por aí!
PAULO FREIRE: VALE A PENA LER!
DO LIVRO "PROFESSORA SIM, TIA NÃO":
"Forte tendência nossa é a que nos empurra no sentido de afirmar que o diferente de nós é inferior. Partimos de que a nossa forma de estar sendo não é apenas boa mas é melhor do que a dos outros, diferentes de nós. A intolerância é isso. É o gosto irresistível de se opor às diferenças. A classe dominante, porém, devido a seu próprio poder de perfilar a classe dominada, primeiro, recusa a diferença mas, segundo, não pretende ficar igual ao diferente; terceiro, não tem a intenção de que o diferente fique igual a ela. O que ela pretende é, mantendo a diferença e guardando a distância, admitir e enfatizar na prática, a inferioridade dos dominados.
Um dos desafios aos educadores e às educadoras progressistas, em coerência com sua opção é não se sentirem nem procederem como se fossem seres inferiores a educandos das classes dominantes da rede privada que, arrogantes, destratam e menosprezam o professor de classe média. Mas também, em oposição, não se sentirem superiores, na rede pública, aos educandos das favelas, aos meninos e às meninas populares; aos meninos sem conforto, que não comem bem, que não 'vestem bonito', que não 'falam certo', que falam com outra sintaxe, com outra semântica e outra prosódia. O que se coloca à educadora progressista, coerente, nos dois casos não é, no primeiro, assumir uma posição agressiva de quem puramente revida e, no segundo, deixar-se tentar pela hipótese de que as crianças, pobrezinhas, são naturalmente incapazes. Nem uma posição de revanche nem de submissão no primeiro caso, mas a de quem assume sua responsável autoridade de educadora, nem, no segundo caso, um atitude paternalista ou depreciadora das crianças populares.
O ponto de partida para esta prática compreensiva é saber, é estar convencida de que a educação é uma prática política. Daí, repetirmos, a educadora é política. Em conseqüência, é imperioso que a educadora seja coerente com sua opção, que é política. Em continuação, que a educadora seja cada vez mais competente cientificamente o que a faz saber o quanto é importante conhecer o mundo concreto em que seus alunos vivem. A cultura em que se acha em ação sua linguagem, sua sintaxe, sua semântica, sua prosódia, em que se vêm formando certos hábitos, certos gostos, certas crenças, certos medos, certos desejos não necessariamente facilmente aceitos no mundo concreto da professora."
"Forte tendência nossa é a que nos empurra no sentido de afirmar que o diferente de nós é inferior. Partimos de que a nossa forma de estar sendo não é apenas boa mas é melhor do que a dos outros, diferentes de nós. A intolerância é isso. É o gosto irresistível de se opor às diferenças. A classe dominante, porém, devido a seu próprio poder de perfilar a classe dominada, primeiro, recusa a diferença mas, segundo, não pretende ficar igual ao diferente; terceiro, não tem a intenção de que o diferente fique igual a ela. O que ela pretende é, mantendo a diferença e guardando a distância, admitir e enfatizar na prática, a inferioridade dos dominados.
Um dos desafios aos educadores e às educadoras progressistas, em coerência com sua opção é não se sentirem nem procederem como se fossem seres inferiores a educandos das classes dominantes da rede privada que, arrogantes, destratam e menosprezam o professor de classe média. Mas também, em oposição, não se sentirem superiores, na rede pública, aos educandos das favelas, aos meninos e às meninas populares; aos meninos sem conforto, que não comem bem, que não 'vestem bonito', que não 'falam certo', que falam com outra sintaxe, com outra semântica e outra prosódia. O que se coloca à educadora progressista, coerente, nos dois casos não é, no primeiro, assumir uma posição agressiva de quem puramente revida e, no segundo, deixar-se tentar pela hipótese de que as crianças, pobrezinhas, são naturalmente incapazes. Nem uma posição de revanche nem de submissão no primeiro caso, mas a de quem assume sua responsável autoridade de educadora, nem, no segundo caso, um atitude paternalista ou depreciadora das crianças populares.
O ponto de partida para esta prática compreensiva é saber, é estar convencida de que a educação é uma prática política. Daí, repetirmos, a educadora é política. Em conseqüência, é imperioso que a educadora seja coerente com sua opção, que é política. Em continuação, que a educadora seja cada vez mais competente cientificamente o que a faz saber o quanto é importante conhecer o mundo concreto em que seus alunos vivem. A cultura em que se acha em ação sua linguagem, sua sintaxe, sua semântica, sua prosódia, em que se vêm formando certos hábitos, certos gostos, certas crenças, certos medos, certos desejos não necessariamente facilmente aceitos no mundo concreto da professora."
CONSTATAÇÃO
Em nome de uma tal modernidade (aqui representada pela tecnologia) estamos esquecendo de um bom cafezinho, de uma tapioca gostosa, de um cuscuz quentinho, de um dedo de prosa, de um cafuné, de uma boa companhia de gente inteligente... Estamos nos isolando do mundo (e no mundo) e... vivendo mal, muito mal!
ENTREGAÇÃO
Camilo não apoiará Luizianne, a pré-candidata do partido pra disputa - prefeitural - de Fortaleza? Teus criadores não deixam, Camilo?
PINDAÍBA
"Faltam merenda, papel e pincel para alunos na rede estadual. Gestores das unidades afirmam que, desde 2014, os recursos para escolas públicas têm sido mínimos. (...)."
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/cidade/faltam-merenda-papel-e-pincel-para-alunos-na-rede-estadual-1.1303688
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