"Caro companheiro Benedito (Gomes), a nossa vida é cheia de rotinas. No meu início matinal ou ao fim do dia tenho o hábito de acessar os blogs Coreausiará, RM em Foco e do Ditim. Os três têm características informativas distintas. Cada uma com o perfil dos responsáveis pela edição. Saí muito cedo de Coreaú e retornei tempos depois, já adolescente, em períodos de férias escolares. Os seus versos poéticos retratam saudosamente o Coreaú do tempo da minha inocência. Neste período tinha um rio com águas limpas e curso definido, por onde as águas tranquilamente seguiam, até seu destino final. O que temos hoje é um rio morto, asfixiado por tanto lixo existente em seu leito. Guardo na minha lembrança a disputa dos periquitos pelo néctar da 'flor do 'pau-do-rio', que margeava o leito do Coreaú. Durante a quadra invernosa ele preenchia toda sua calha. As águas chegavam à ponta da Rua (Mariano Lopes) Rabo da Gata. Neste período observávamos a travessia da canoa do Valter, transportando gente que ia e vinha. A ponte ficava totalmente submersa. Hoje, essa obra d'arte é ponto de drogadição de adolescentes.  É uma pena que a mocidade de hoje não tenha tido o privilégio de ver o velho Rio Coreaú em sua majestosa beleza. Como não existe mais o seu leito - que foi invadido por não existir um projeto de ocupação do solo - ele adentra a área urbana, reivindicando o espaço que lhe foi furtado. Tenho um apreço grande por seu trabalho. Mostrar uma visão poética do descaso com o velho rio que autora saciou a fome de muitas pessoas é arte! Os seus versos fazem, com que pessoas como eu, voltem ao passado distante, retrocedendo à memória da beleza que foi um dia o Rio Coreaú.  Ontem foi belo. Hoje, não passa de esgoto urbano... Para nossa imensa tristeza."

  Carlos Teles