terça-feira, 11 de outubro de 2011

Os Mortos que não Morrem e os Vivos que não Vivem





 “No dia em que executaram o Che Guevara em La Higuera, uma aldeola perdida nos confins da Bolívia, Julio Cortázar – que na época trabalhava como tradutor na Unesco – estava em Argel. Naquele tempo – 9 de outubro de 1967 – as notícias demoravam muito mais que hoje para andar pelo mundo, e mais ainda para ir de La Higuera a Argel.

  Vinte dias depois, já de volta a Paris, onde vivia, Cortázar escreveu uma carta ao poeta cubano Roberto Fernández Retamar contando o que sentia: “Deixei os dias passarem como num pesadelo, comprando um jornal atrás do outro, sem querer me convencer, olhando essas fotos que todos nós olhamos, lendo as mesmas palavras e entrando, uma hora atrás da outra, no mais duro conformismo… A verdade é que escrever hoje, e diante disso, me parece a mais banal das artes, uma espécie de refúgio, de quase dissimulação, a substituição do insubstituível. O Che morreu, e não me resta mais do que o silêncio”.

  Mas escreveu: 
 
Yo tuve un hermano
que iba por los montes

mientras yo dormía.

Lo quise a mi modo,

le tomé su voz

libre como el agua,

caminé de a ratos

cerca de su sombra.

No nos vimos nunca

pero no importaba,

mi hermano despierto

mientras yo dormía,

mi hermano mostrándome

detrás de la noche

su estrella elegida.


  A ansiedade de Cortázar, a angústia de saber que não havia outra saída a não ser aceitar a verdade, a neblina do pesadelo do qual ninguém conseguia despertar e sair, tudo isso se repetiu, naquele 9 de outubro de 1967, por gente espalhada pelo mundo afora – gente que, como ele, nunca havia conhecido o Che. Passados exatos 44 anos da tarde em que o Che foi morto, o que me vem à memória são as palavras de Cortázar, o poema que recordo em sua voz grave e definitiva: “Eu tive um irmão, não nos encontramos nunca mas não importava, meu irmão desperto enquanto eu dormia, meu irmão me mostrando atrás da noite sua estrela escolhida”.

   No dia anterior, 8 de outubro de 1967, um Ernesto Guevara magro, maltratado, isolado do mundo e da vida, com uma perna ferida por uma bala e carregando uma arma travada, se rendeu. Parecia um mendigo, um peregrino dos próprios sonhos, estava magro, a magreza estranha dos místicos e dos desamparados. Foi levado para um casebre onde funcionava a escola rural de La Higuera. No dia seguinte foi interrogado. Primeiro, por um tenente boliviano chamado Andrés Selich. Depois, por um coronel, também boliviano, chamado Joaquín Zenteno Anaya, e por um cubano chamado Félix Rodríguez, agente da CIA. Veio, então, a ordem final: o general René Barrientos, presidente da Bolívia, mandou liquidar o assunto.

   O escolhido para executá-la foi um soldadinho chamado Mario Terán. A instrução final: não atirar no rosto. Só do pescoço para baixo. Primeiro o soldadinho acertou braços e pernas do Che. Depois, o peito. O último dos onze disparos foi dado à uma e dez da tarde daquela segunda-feira, 9 de outubro de 1967. Quatro meses e 16 dias antes, o Che havia cumprido 39 anos de idade. Sua última imagem: o corpo magro, estendido no tanque de lavar roupa de um casebre miserável de uma aldeola miserável de um país miserável da América Latina. Seu rosto definitivo, seus olhos abertos – olhando para um futuro que ele sonhou, mas não veria, olhando para cada um de nós. Seus olhos abertos para sempre.

   Quarenta e quatro anos depois daquela segunda-feira, o homem novo sonhado por ele não aconteceu. Suas idéias teriam cabida no mundo de hoje? Como ele veria o que aconteceu e acontece? O que teria sido dele ao saber que se transformou numa espécie de ícone de sonhos românticos que perderam seu lugar? Haveria lugar para o Che Guevara nesse mundo que parece se esfarelar, mas ainda assim persiste, insiste em acreditar num futuro de justiça e harmonia? Um lugar para ele nesses tempos de avareza, cobiça, egoísmo?

   Deveria haver. Deve haver. O Che virou um ícone banalizado, um rosto belo estampado em camisetas. Mas ele saberia, ele sabe, que foi muito mais do que isso. O que havia, o que há por trás desse rosto? Essa, a pergunta que prevalece.

   O Che viveu uma vida breve. Passaram-se mais anos da sua morte do que os anos da vida que coube a ele viver. E a pergunta continua, persistente e teimosa como ele soube ser. Como seria o Che Guevara nesses nossos dias de espanto? Pois teria sabido mudar algumas idéias sem mudar um milímetro de seus princípios.

  
Diz Eduardo Galeano, que conheceu o Che Guevara: ele foi um homem que disse exatamente o que pensava, e que viveu exatamente o que dizia.

     Assim seria ele hoje.

   Já não há tantos homens talhados nessa madeira. Aliás, já não há tanto dessa madeira no mundo. Mas há os mortos que nunca morrem. Como o Che.

   E, dos mortos que nunca morrem, é preciso honrar a memória, merecer seu legado, saber entendê-lo. Não nas camisetas: nos sonhos, nas esperanças, nas certezas. Para que eles não morram jamais. Como o Che.”

  
(Brizola Neto)
   Colaboração: Eliton Meneses

O LEGISLATIVO QUE DESEDUCA!

  Leio nos Blogues de Sobral uma matéria que mostra um vereador falando pra ninguém, na Câmara Municipal da cidade. Ora, isso vem de longe! Aqui na Assembleia, dia de quinta-feira, depois das 11 horas, é normal ver deputado falando para as câmeras da TV Assembleia. Com a sexta- feira chegando e "as bases chamando"! Tem até um distinto que escapole, para apresentar seu programa na TV, no horário da sessões. E ainda dá uma de boa gente!

NEM SÓ DE PORCARIA VIVE O RÁDIO!



     Você já pensou em ouvir uma rádio "que faz adaptações de contos de autores importantes a ponto de sua imaginação viajar a cada audição. Não se trata de coisa do passado. É atual! E a Universitária FM (UFC) produziu isso a ponto de conquistar o I Prêmio Roquette-Pinto de Fomento à Produção de Programas Radiofônicos, premiação concedida pela Associação das Rádios Públicas Brasileiras (ARPUB), em parceria com o Ministério da Cultura (MinC). São 12 programas que exploram o universo da radiodramaturgia, adaptando obras literárias de autores cearenses, como: Adolfo Caminha, Ângela Gutierrez, Antônio Sales, Caio Porfírio Carneiro, Domingos Olímpio, Eduardo Campos, Fernando Lyra, Gilmar de Carvalho, José de Alencar, Moreira Campos, Patativa do Assaré e Rachel de Queiroz."

 (Em parceria com o Gente de Mídia)

A Essência do Ensinar, por Francisco Djacyr Silva de Souza



 FOTO:www.hangover80.wordpress.com
    "No próximo dia 15 de outubro comemora-se o Dia do Professor, uma data especial no momento em que a educação é colocada em xeque e que vemos que, a cada dia que passa, a profissão escasseia no mercado. Farão loas, colocarão crianças para cantar músicas de homenagem, publicarão páginas em jornais com exaltações à profissão e muitos dirão de forma mentirosa que fazem tudo pela educação de qualidade. Não é o que vemos neste momento em que professores de quase todo Brasil enfrentaram greves quase infindáveis pelo cumprimento da Lei do Piso e o que muitos conseguiram foi a dureza da repressão e alguns minutos na mídia como baderneiros ou mal-educados. Os governos continuam de forma vil e sorrateira a negar o direito sem nenhum tipo de admoestação nem do Poder Legislativo que aprovou a lei, nem do Judiciários, que infelizmente só sabe declarar greve ilegal.

   Levando-se em conta que ninguém está nem aí para o que passa, os professores temos que fazer uma reflexão séria sobre a falta de uma mídia mais incisiva na questão da educação. Quantos minutos temos em nossas televisões reservados à educação? Quantas páginas temos nos jornais para debate e reflexão sobre os problemas da educação? Cadê a jovem professora Amanda Gurgel, que brilhou nos programas televisivos com uma mensagem sobre educação e quando passou o boom do impacto tudo voltou a ser o mesmo marasmo?
   A situação da educação é grave. Quem assistiu o filme Carregadoras de Sonhos, produzido pelo Sindicato de Trabalhadores em Educação de Sergipe, tem uma ideia sobre o dilema de educadores de todo país. Há escolas onde os professores tem de fazer cota para tomar água e café... Em outras os alunos estão sem livros... A gestão democrática é uma falácia, muitos diretores, como em Fortaleza, são nomeados por vereadores e até batem no peito dizendo que pertencem a uma tal grade do vereador Fulano de Tal. Há terceirização dos serviços na educação vinculados a empresas que são dominadas por políticos. De que tipo de educação estamos falando? O governo do estado do Ceará, por exemplo, preferiu pagar minutos caros na televisão para dizer o que não faz do que pagar o que é devido aos professores. (...)."

  http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_a_essencia_do_ensinar

  (Segue)

GREVE E CONFUSÃO!



    A população somou a greve dos Professores de Fortaleza com a dos mestres do Estado e chegou à conclusão de que os Professores "só vivem em greve"! Vivo sendo parado para responder se a greve acabou ou continua! A população que não aparece na escola, não perde a chance de detratá-la! E o governo que deveria acabar com essa falta de responsabilidade, põe a canga do cachaço do Professor. É mais fácil assim!

O QUEBRA-CABEÇA QUE NEM ELES MONTAM!



  Na verdade, esse discurso da sacerdócio na Educação é velho (e velhaco) e esconde muita manha ideológica. É um discurso acanalhado, que assume o papel de uma cortina de fumaça! Como não querem patrocinar uma Educação de vergonha... Você já pensou em quanto a elite proprietária das grandes redes de ensino da iniciativa privada investe nas campanhas políticas, de dois em dois anos? Lique os fios nas tomadas certas e chegará a uma conclusão aterradora! O amor deles (governantes) é cínico, cretino,... A prática dessa gente é carregada de desfarçatez!

É MUITO AMOR!


  Foi divulgado que o ex-deputado federal Ciro Gomes recebe do seu PSB R$ 22 mil por mês, "para dar consultoria política ao pessoal da agremiação". Pelas declarações do irmão governador, quando do greve dos Professores do Estado, chega-se à uma fácil conclusão: Ciro anda muito apaixonado pelo que faz! É muito amor, meu branco! 

FATOS E FARSANTES

  Li por aí! "Às vésperas do Dia do Professor, nove estados não cumprem Lei do Piso: RO, AP, MA, CE, RN, PB, GO, MG e RS." Mas os governadores vão elaborar cartas cínicas, dizendo o contrário! E tem gente que vai engolir a farsa em palavras...

Bancários Promovem Manifestação na Próxima Sexta-feira

Bancários promovem manifestação na próxima sexta-feira


  "O Comando Nacional dos Bancários decidiu nesta terça-feira (11), promover manifestações em todas as capitais brasileiras na próxima sexta-feira (14). Os protestos fazem parte das atividades da greve nacional, que completou 15 dias.
  Após uma reunião em São Paulo, o Comando Nacional dos Bancários avaliou positivamente a paralisação. De acordo com Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) disse que o movimento será ampliado. 'Vamos tentar paralisar setores que ainda não foram afetados e também parar agências que ainda continuam funcionando', concluiu.
  Segundo balanço feito pelo Contraf, 9.090 agências bancárias aderiram à greve no país, o que corresponderia a 45% do total. (...)."

  (Jangadeiro Online)

DA SÉRIE "LEIA, DOUTOR!"



  Ritacy Azevedo - "Graduada em Letras pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Mestra em Letras pela  Universidade Federal do Ceará, com a Dissertação Inimigas Íntimas: Mulher e Sociedade Patriarcal, com E Book concedido pela REBRA (Rede de Escritoras Brasileiras). Especialista no Ensino de Língua Portuguesa e Literatura pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Autora de ensaios literários sobre Patativa do Assaré, Caio Porfírio Carneiro, Ângela Gutierrez e outros autores.(...)."
(Do site do Professora)



  NOSSO RECADO
  O governador Cid Gomes pode nem ler a Carta Aberta da Professora Ritacy de Azevedo Teles, mesmo tendo sido endereçada a ele. A arrogância afasta as pessoas do pensamento e, às vezes, do respeito aos outros. No entanto, nós Professores precisamos valorizar mais quem se manifesta a nosso favor ou sobre nós. A Professora em close tem 20 anos de experiência, inclusive na rede privada de ensino. Sua relevante carta pode ser conferida na internet, ou mais diretamente, no Blogue do Sindicato do Professores Municipais de Coreaú. Dê uma olhada!

 http://www.sindproc.blogspot.com/

TEM DE TUDO!

 
  Fonte (Charge): Diário do Nordeste, via Araquém News
  
 Os partidos políticos do Brasil tem chefes, caciques, coronés, apaniguados, padres, capangas, leões-de-chácara, brutamontes e coisa que os valha! Não passo nem na calçada!

A MANCHETE E OS PIRULITOS

 

"Professores: Seduc promete proposta de reajuste em um mês"

 (Eliomar)

FESTA PRA CRIANÇA!



   Nas escolas em que leciono hoje é dia de festa! A criançada está aproveitando as brincadeiras e o dia de atividades mais livres e lúdicas. Um abraço a todas elas, extensivo as de Coreaú e do Ceará todo! Muita PAZ!!

DUAS EM UMA

1. Revelações: preconceito, misoginia, xenofobia, ódio... e vem mais por aí. Nessas eleições, esgoto vai ser fichinha!; 2. Como já falei aqu...