"O ano de 1777 alcançava março. O inverno, desgraçadamente, usando-se das palavras do experiente Zé Garrucha, 'trastejava'. E a história começava a registrar o início da presença de uma das maiores secas do século XVIII. A seca dos três setes, que se projetou até o ano de 1779. (...) Com o advento da seca e o padecimento agudo da dispersa população humana de todo o espaço do semiárido nordestino, a distante corte portuguesa, determinava aos seus súditos, como sobrevivência, que a população atingida se agrupasse, preferencialmente, em torno das margens dos rios, cujas terras adjacentes seriam divididas. As ribeiras do rio Coreaú, a exemplo do Acaraú, do Jaguaribe, do Piranhas-Açu, do São Francisco, do Parnaíba, para citar os principais, ficaram como verdadeiros formigueiros humanos."
Ésio de Souza. "No Rastro do Boi"
Ésio de Souza. "No Rastro do Boi"