2 de mai. de 2012

VENENO NA MESA DO TRABALHADOR. MORTES POR QUESTIONAR. PODER PÚBLICO OMISSO...



 Dados apresentados há quase um ano, na revista Carta Capital, contabilizados pela Comissão Pastoral da Terra, apontam 1.614 pessoas assassinadas nos últimos 25 anos (agora são mais, porque os dados ainda estão sendo atualizados) no Brasil em conflitos de terra. Sendo que a impunidade é aterradora... apenas 91 casos foram a Juízo.

  No mês de abril completou dois anos da morte de Zé Maria de Tomé, liderança comunitária da Chapada do Apodi. A Chapada do Apodi vivencia o abuso de agrotóxicos, com a conivência do poder público local. As comunidades se organizam para combater esse desrespeito com o povo e a natureza, sofrendo com a alta contaminação das águas e afetação do equilíbrio ambiental, e recebem como presente as represálias.

  Enquanto isso, os agrotóxicos são isentos de impostos. Veja só o tipo de coisa que a gente encontra: veneno sendo isento de impostos! É ainda mais alarmante: além dessa indústria da morte ser livre de taxas, o que enriquece os fabricantes de venenos (como a gingante Monsanto) e incentiva o uso, a fiscalização quanto à maneira como os agrotóxicos são aplicados é absurdamente frouxa. Basta chegar, sem recomendação técnica alguma, numa loja destas do interior e comprar qualquer veneno, para matar, por exemplo, as ervas do quintal (onde as crianças brincam), sem proteção individual qualquer, que facilmente se leva para casa.

  Essa realidade dos venenos não é algo restrito à Chapada do Apodi. Notemos como se tornou banal o herbicida ou “mata-mato”, como é vulgarmente chamado. É interessante perceber como o povo se refere ao veneno: como remédio. Denota a imagem que querem passar para os produtores que os agroquímicos só vêm para ajudar. Os agricultores, simples e sem informação, e mesmo os sabichões que confiam nos técnicos formados no modelo detonador da natureza, estão por aí espalhados no nosso sertão e serras, “banhando-se” com essas atrocidades que o homem cria.

  Não faz tanto tempo assim que os EUA impuseram para os países do “Terceiro Mundo” o uso de venenos, alguns que nem eles mesmos tinham coragem de usar. O famoso DDT (empregado na agricultura para não deixar cair a indústria de venenos criados para a guerra) matava os pássaros das plantações (muitos pássaros morreram em nossa região neste tempo); além de seus impactos ferozes na saúde dos camponeses, prejudicava cruelmente o equilíbrio ambiental, foi denunciado pelo livro “Primavera Silenciosa” de Rachel Carson, no qual explicava o poder destrutivo do uso de agroquímicos. Essa denúncia do descompromisso do Capital com a preservação ambiental e saúde da população estimulou todo um afloramento da militância ambientalista no mundo, inclusive no Brasil, isso na década de sessenta.

  Ainda hoje persiste a utilização maciça e crescente de agrotóxicos, segundo a desculpa de que os mesmos permitem cultivar de forma mais prática, rentável e produtiva. Esta é a bandeira da Revolução Verde, que, falsamente, apresenta-se nos nossos livros de geografia da escola como a solução para não ter havido uma crise alimentar no mundo. Então, quer dizer que não há crise alimentar no mundo? Isso quer dizer que o um bilhão de pessoas que padecem de fome não existe?! Não existem para a indústria do veneno...  Na realidade, essa é só mais ilusão que querem empurrar por nossas goelas adentro. Há maneiras de se produzir, que não na monocultura dependente de agroquímicos, baseadas nos mesmos princípios que mantém a natureza perfeitamente equilibrada, e que são muito mais justos socialmente. O problema é que as escondem da gente.

  Ainda se tem a ilusão que a grande produção de commodities representa riqueza para o povo brasileiro. No entanto, o que é riqueza para o povo brasileiro é o que a agricultura familiar pode produzir e já produz, porque envolve direta e indiretamente muito mais mão de obra, e gera riqueza de forma igualitária (sem patrões grandes) e com muito mais potencial de sustentabilidade; imagine, então, se as técnicas empregadas na agricultura familiar fossem ainda mais adequadas, agroecológicas!

  Infelizmente, a força conservadora dos ruralistas, eleitos até mesmo por muitos agricultores familiares e demais gente simples, dão a série de privilégios absurdos para a indústria do veneno e garante chances mais fáceis de enriquecimento para os latifundiários, ao custo de injustiça na distribuição fundiária e econômica e da destruição ambiental. O novo Código Florestal só vem corroborar com a atrocidade que é o desrespeito da casa parlamentar com os interesses reais do povo e da terra.

  A máquina capitalista atropela os pequenos. São os pequenos que cuidam, enganados, dos agrotóxicos nas plantações. Os patrões comem é produtos orgânicos! E os que criticarem e se posicionarem contra a opressão, correm o risco de vida, pela força de “coronéis” covardes nos sertões por aí afora. Enquanto nós corremos os riscos de vida, em cânceres subsequentes, pelo acúmulo de substâncias danosas em nossos organismos.
  Depois não adiantará tomar leite para desintoxicar, segundo a receitinha da vovó.

  (Benedito Gomes Rodrigues)

COMPARAÇÃO

 


  Esse Cachoeira é o PC Farias dos dias de hoje?

OPERAÇÃO SORRISO: EU APLAUDO!



EM NOME DE DEUS...

   Um comerciante foi morto em Maranguape. Um sargento reformado da PM, que fazia compras no comércio reagiu e também foi abatido a tiros. Um menor de 14 anos participou de tudo. O executor entrou no comércio de paletó, se dispondo a pregar a palavra de Deus. Quando pegos, o menor estava de posse de todas as quatro armas... A estratégia do mal... Onde vamos parar!?

PRATO INDIGESTO



ACORRENTAMENTO IDEOLÓGICO

   O prefeito abandona as escolas durante um ano. Trata-as a bicos-de-pão. Os alunos sofrem. Comem o pão-que-o-diabo-amassou. Os Professores aproveitam todas pontas de giz possíveis. Pindaíba geral! Depois... o prefeito rateia entre os Professores aquele dinheiro que não foi mandado pras escolas, no devido momento e ainda é ovacionado!? Onde andam nossas vergonhas!?

  Sabemos que se não houver o rateio do dinheiro, ele terá que voltar pra Brasília. E se essa obrigação não existisse?

EIS A DIFERENÇA...

  Duas escolas de Fortaleza escolheram Professores de seu grupo para coordenador do Programa Segundo Tempo. Numa delas a escolha foi feita pelo voto secreto dos Professores. Na outra, a escolhida caiu do telhado... No segundo caso temos a democracia do pé-de-bode...

O BOLO AINDA NÃO FOI PARTIDO!


  "Em texto recente, chamado 'Analogia Lamentável', Manfredo Oliveira (padre, escritor, filósofo e professor cearense) lança questionamentos e angústias acerca do forte cerceamento de mudanças socioeconômicas estruturais efetivas em terras brasileiras, mesmo num governo encabeçado por um partido de base popular, o PT.

  Vi uma análise de conjuntura sua (de Manfredo) faz mais de um ano, em Fortaleza, e nela nos apresentou os altos índices de crescimento econômico no Brasil e no Nordeste. Só que nos chamou a atenção para o seguinte: o crescimento econômico está associado a uma também fortalecida e assustadora concentração de renda. Mesmo com todos os projetos sociais e mudanças conquistadas na gestão Lula e agora Dilma, segue-se uma injustiça social ainda tremenda. Os projetos sociais (como Bolsa Família) são tão somente paliativos e emergenciais, e desde o começo já foram pensados segundo este norte, mas o comodismo pode cristalizá-los.

  Denomina-se a política nacionalmente adotada hoje de Neodesenvolvimentismo. Este nome é em alusão às políticas de Juscelino Kubitschek, baseadas em grandes obras, como grandes barragens, sem preocupação com os prejuízos ambientais resultantes, buscando dar suporte logístico à máquina do Capital emergente no país, ao que se chamou de Desenvolvimentismo, um desenvolvimento a qualquer custo.

  Notemos os também enormes projetos do governo atualmente, ancorados no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), tais como usinas hidrelétricas com portes faraônicos (como a de Belo Monte), que acarretam sérios danos ambientais e agressão às comunidades tradicionais da região, e a transposição do Rio São Francisco, que ameaça o rio e serve mais aos interesses dos latifundiários, ficarei nestes dois para não tornar o texto muito grande e enfadonho. Tais megaprojetos lançam mão de um dispêndio financeiro exorbitante, muito mais que o que é apresentado nos orçamentos, porque nunca se gasta o previsto (se gasta mais) e servem, sobretudo, aos interesses dos grandes. E ainda mais, ao analisar essas questões (coisa que um texto desse tamanho nem de longe é suficiente) requer percebermos também que esses projetos, por mais agressivos que se apresentem, são estratégicos em termos de economia (capitalista neoliberal), pois sem energia e água, por exemplo, futuramente corremos o risco de recessão ou apagões, com ameaça à voracidade do monstro da produção e consumo. Resumindo, estamos numa gigante berlinda. Trata-se de questões complicadas e que, sem dúvida, devem ser resolvidas com o diálogo, para não agredir os pequenos que ficam no caminho desses projetos. Os movimentos sociais, então, devem ser respeitados e consultados.

  No período ditatorial, vimos (não eu, porque não era nascido) o princípio: crescer o bolo, para depois parti-lo. O bolo continua crescendo, mas eu não percebo sequer a sombra da faca para parti-lo.

  Em conversa neste último fim de semana com assessor regional das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e movimentos sociais no Ceará, Júnior Aquino (professor, escritor e também padre) nos mostrava dados que comprovam uma diminuição drástica na pobreza absoluta do Brasil, mais especificamente no Nordeste, entretanto, a pobreza relativa cresceu drasticamente. Isto é, temos hoje menos pessoas em situação de miséria absoluta (do que antes), mais pessoas na classe média, porém a distância entre os mais pobres e os mais ricos aumentou muito. O Capital (os patrões) está muito bem satisfeito com o jeito como as coisas andam, com lucro garantido.

  Não temos ainda projeção de Reforma Agrária, então a estrutura fundiária brasileira vai persistir ainda por um bom tempo concentrada e injusta, uma das mais injustas do mundo. Temos agora um retrocesso enorme representado nas mudanças nada convenientes no Código Florestal. A matriz energética brasileira ainda é também uma grande questão, porque a quantidade de rios adequados não é infinita, os impactos socioambientais são consideráveis e não se pensa ainda propostas adequadas de um sistema energético alternativo. O Brasil ainda é preso às mãos dos bancos, embora tenhamos que comemorar nossa maior independência conquistada em relação ao exterior (sobretudo dos USA). A taxa de juros, como proclamou Dilma em rede nacional, é inaceitável. A dívida interna do Brasil também é um grande monstro que precisa ser encarado, preferencialmente com auditoria.

  Sabemos que grandes problemas não são resolvidos de uma hora para outra. No entanto, a lentidão dos conservadores do Congresso faz com que chegue ao ridículo. É evidente que o Brasil vem conquistando muita coisa. Porém, não caiamos num ufanismo de vê-las como as mais perfeitas, uma vez que o governo está preso ainda a uma estrutura política conservadora e corrompida, a começar pelo povo (pobre) que ainda vota em patrões para descerem a lenha neles e atravancar os processos no parlamento, enquanto que os ricos estão muito bem representados para os seus próprios interesses.

  (Benedito Gomes Rodrigues)

"COMEÇO ERRADO, FIM TRABALHOSO!"

   Nas escolas onde o programa federal Segundo Tempo foi implantado, pelo menos onde temos conhecimento, houve um grande equívoco: as turmas e os Professores não tiveram ou tiveram pouco contato com o corpo docente da escola. A aplicabilidade do programa não foi explicitada. As ações ocorreram em paralelo ao trabalho geral da escola. Resultado: criou-se uma casca de resistência ao trabalho do ST, que tem suas qualidades... Mas não é ele piloto da escola integral? Que integralidade é essa!?

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FLÁVIO DINO

Seria um quarto alvo, na lista dos malucos do Planalto. Ele também pensa e, logo, INCOMODA!