ARIEVALDO VIANA, POETA: Barros Alves, meu poeta/O seu papo não me enrola/Irei para o lançamento/Levarei minha viola/Me diga, um instante só/Já foste para o COCÓ/Balançar a CASTANHOLA?
BARROS ALVES: Sei que você mata e esfola/Dos inimigos faz pó/Mas estou na sua cola/De você não vou ter dó/Se ficar abirobado/E for ficar agarrado/Com aqueles PAUS do Cocó.
AV.: Barros Alves eu não gosto/De me agarrar com pau/Eu vivo é dentro do oco/Igualmente a bacurau/Mas respeito quem protesta/E não posso fazer festa/Aonde o governo é mau.
BA.: Cuidado com o babau/Ele pode lhe pegar!/Tu vais virar passarinho?/Sair voando a flanar?/E depois pousar na vara/Coisa que lhe é bem cara/E não vai lhe incomodar!
AV.: É melhor me respeitar/E não acelere o carro/Tu também és passarinho/Eu provo o que digo e narro/Vive trepado num pau/Arrumando o teu jirau/Pois és mesmo o JOÃO DE BARRO.
BA.: Você deixe de esparro/Não me venha com lorota/Você não é ecochato/Não é daquela patota/Você é da poesia/E poeta de valia/ Nunca gostou de marmota.
AV.: Dizia o Gonzaga Mota/Que a política é dinâmica/Aonde existe cristal/Ninguém briga por cerâmica/E aonde tem castanhola/Levo a rede e a viola/Pra curtir a panorâmica.
BA.: Eu tenho fé abraâmica/E vou lhe dar uma pista/Não seja ecoxiita/E nem ecoterrorista/Se fizer isto eu maldigo/Não vai mais ser meu amigo/Apago da minha lista.
AV.: Pra ser bom ecologista/Não tem quer ser radical/É só fazer como o índio/Que caça o essencial/E quem disser que é preguiça/Não sabe um terço da missa/Tem que voltar pro Mobral.