segunda-feira, 19 de março de 2018
DE QUINTANA
Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.
Hoje, dos meus cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de vela amarelada,
Como único bem que me ficou!
Vinde, corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arrancar a luz sagrada.
Aves da noite. Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.
Hoje, dos meus cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de vela amarelada,
Como único bem que me ficou!
Vinde, corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arrancar a luz sagrada.
Aves da noite. Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!
RICARDO NOBLAT... (OU MÃE DINAH?)
"Sabe o que pode acontecer? Os assassinos da Marielle aparecerem mortos. Ou mortos por seus próprios parceiros ou mortos por reagirem à prisão. E assim não se saberá a serviço de quem eles estavam."
DISSE, NÃO DISSE...
Do Uol: "Ministério muda versão de Jungmann sobre roubo de munição usada em assassinato de Marielle"
DO NOSSO PRÓXIMO LIVRETO DE CORDEL "PEDRO MAL NAS ARTES"
Peço a Deus justo e fraterno
A força da inspiração
Para falar de um ser
Sem nenhuma devoção
Meio doido, atolaiado
Abirobado, um cancão!
Cancão é um passarinho
Sempre adoidado e corneta
Zoadento e arigó
Mas não é nenhum perneta
Só vive de se danar
E de fazer pirueta!
O nosso Pedro era assim
Desengonçado sujeito
Era mais desmantelado
Que corrida em beco estreito
Vivia só de errar
Tudo fazia mal feito!
Um dia Pedro partiu
Pro rio para pescar
Iscou bem o seu anzol
Para na água jogar
O que lhe veio? Um bilhete
Escrito: - Vá trabalhar!
Outra vez foi à igreja
Queria se confessar
Já que andava muito arteiro
Se gabando pra danar
O padre lhe disse: - Vá.
Quer tomar o meu lugar?
(...)
A força da inspiração
Para falar de um ser
Sem nenhuma devoção
Meio doido, atolaiado
Abirobado, um cancão!
Cancão é um passarinho
Sempre adoidado e corneta
Zoadento e arigó
Mas não é nenhum perneta
Só vive de se danar
E de fazer pirueta!
O nosso Pedro era assim
Desengonçado sujeito
Era mais desmantelado
Que corrida em beco estreito
Vivia só de errar
Tudo fazia mal feito!
Um dia Pedro partiu
Pro rio para pescar
Iscou bem o seu anzol
Para na água jogar
O que lhe veio? Um bilhete
Escrito: - Vá trabalhar!
Outra vez foi à igreja
Queria se confessar
Já que andava muito arteiro
Se gabando pra danar
O padre lhe disse: - Vá.
Quer tomar o meu lugar?
(...)
A IMBECILIDADE DETESTA LIBERDADE!
"O Facebook admitiu neste domingo (18) ter cometido um erro ao censurar um anúncio publicitário que exibia a tela 'A Liberdade guiando o povo', do francês Eugène Delacroix, em que uma mulher aparece com seios nus segurando a bandeira da França. A obra-prima do século XIX foi exibida em uma campanha online de uma peça apresentada em Paris, quando foi censurada pela rede social esta semana, informou o diretor da peça, Jocelyn Fiorina. (...)." http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2018/03/19/facebook-lamenta-censura-a-nudez-da-tela-a-liberdade-guiando-o-povo/
INDAGAÇÕES
QUEM MANDOU matar quem dizia coisas que desagradavam e que faziam bufar aquele velho (embora jovem, fisicamente) que ficava possesso em frente à TV? Quem fê-lo chutar a porta do quarto (tantas vezes) com raiva daquela cabrocha de riso farto, que lhe fazia ser tão azedo? Quem eliminou fisicamente aquele ser da favela que acordava o mundo e bradava aos quatro ventos, com a teudez de um bem-te-vi das manhãs? Quem, quem, seu delega?
QUE FIGURA NEFASTA!
O SUJEITO é tosco, carrancudo, tromba de bicho... Não gosta de uma resenha, de uma prosa. Acha que o mundo está todo errado, que as pessoas são falsas e merecem ser enxotadas a pontapés... Quando bêbado, coitado do garçom. É alugado com mil e um impropérios e difamações... Pra pagar a conta é um porre... chuta a perna da mesa várias vezes... De que figura da Justiça (vá lá que seja!) eu estou falando? JU... ih!, DESEMBAR... ca a dor?
FORASTEIRO (?)
O PREFEITO não vive a cidade, nada sabe sobre seus becos, ruelas, ruas, avenidas, vielas... Não prova seu espetinho, sua prosa, suas resenhas, suas dores. Não conhece seus bêbados, loucos, profetas, poetas, notívagos... Não bebe sua água barrenta, seu refresco de Q-suco... Renega seu povo e seus dramas e enxaquecas. Quando ele fala da cidade de que é que que ele fala mesmo?
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