BLOGUE COREAUSIARÁ: 30/04/17

domingo, 30 de abril de 2017

LÁ DO URUGUAI

"Grafite de Belchior em San Gregorio de Polanco, no Uruguai" (Zero Hora - RS)Foto: Juarez Fonseca/DivulgaçãoJuarez, jornalista, era amigo do cantor

Juarez Fonseca: "O enigma de Belchior permanecerá" Juarez Fonseca/Divulgação

Belchior ainda vive
Em toda uma geração
Que a sua música tocou
Transmitindo inspiração.
Em todo momento e fase
"Pra mim há sempre uma frase
Dentro de sua canção!"

O som de seu violão,
Cada acorde e melodia,
As composições repletas
De pura filosofia,
Viverão eternamente
Dentro da alma da gente
Inspirando poesia.
Recordemos com alegria,
Na pressa que ele viveu,
O tocante "canto torto",
O legado que nos deu...
Pra fã não existe morte
E uma voz me fala forte
Que Belchior não morreu!!
Rouxinol do Rinaré

INFORMAÇÕES DESENCONTRADAS...

Marcam o dia da morte de Belchior. As causas da morte, então... Mas o mais importante é: que ele esteja em paz.

MUDANÇA

"Do Rio Grande do Sul o corpo de Belchior segue direto para Sobral, no norte do Ceará, cidade natal do compositor, onde será velado até às 10h. da manhã, no Teatro São João. Em seguida, o corpo virá para Fortaleza onde ocorre um no velório - desta vez no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, na Praia de Iracema - durante a tarde. O sepultamento ocorrerá por volta das 19:30h., no cemitério Parque da Paz."
G1/CE

FOLHA DE SP

"Rompimento da aorta é causa da morte de Belchior, revela autópsia"

SEM ESSA!

Reclamam por aí que "de nada adianta homenagear Belchior depois que ele se foi". Não é verdade. Nunca um artista foi tão homenageado por aqui. A crítica é, portanto, injusta!

ALÔ, COREAÚ!

Alguma homenagem ao Belchior por aí? Se não...
"Haverá velório aberto ao público do Belchior em Fortaleza", me diz aqui a turma do Zap

MAIS UMA HOMENAGEM

Um dia, pelos idos de 1984, meu velho amigo Alberto Perdigão me apresentou certa música de Belchior. Eu tinha vinte anos e já amava o bardo bigodudo, e subia o som no último volume quando o rádio tocava Coração Selvagem. Mas a música que Alberto me mostrou era outra, chamava-se Ypê, do disco Objeto Direto, de 1980. Lembro que ela me soou estranhamente bela, e em suas palavras parecia reluzir algo precioso, mas que eu sentia ser incapaz de alcançar.

Trinta e dois anos depois, em 2016, enquanto fazia pesquisas para o livro Para Belchior com Amor, topei com Ypê novamente, dessa vez na internet. Não a reconheci pelo título. Pus para tocar no You Tube e… imediatamente lembrei daquele dia. E para lá fui transportado. De repente eu era outra vez aquele eu, o garoto bobo e deslumbrado com a vida que se abre em horizontes caleidoscópicos de infinitas possibilidades. O rio da vida não volta, é verdade, mas o continuum de suas águas é um mantra que tem o poder de nos levar para tempos que jamais se foram.

Como traduzir a íntima e poderosa revelação que Ypê agora me trazia? De repente eu era o mesmo garoto de trinta anos antes, porque na verdade nunca deixei de sê-lo, mas ao mesmo tempo era outro porque agora eu simplesmente… me dava conta disso. Eu envelheci, mas continuo naquele dia, ouvindo meu amigo a cantarolar Ypê, a minha ignorância juvenil fascinada com as reluzentes novidades da vida. Reescutar esta música me pôs novamente frente à enigmática dançarina de pedra e me trouxe dias de metafísico assombro, em que o que fui e o que serei se harmonizaram no único tempo possível, o eu sou.

Após dias mergulhado em Ypê, voltei à tona e contemplei a obra de Belchior com um novo olhar. E sua trajetória floriu de um diferente significado. Sabe, eu entendi Belchior. Entendi como se entende algo ridiculamente óbvio. Sim, são bem visíveis a beleza e a sabedoria contidas em suas canções, mas, putz, ninguém cria algo como Ypê sem antes alcançar a verdade que habita, discreta, o fundo escuro do rio. Ninguém escreve um poema como esse, tão filosoficamente profundo e exato, tão misteriosamente simples, sem ter chegado à harmonia fundamental, aquela que transcende o tempo e os opostos, e nos faz ser um com o eus que somos e tudo que há. Belchior tinha apenas 34 anos, tão moço… Mas ali o poeta já havia cruzado o portal. E somente agora, tanto tempo depois, eu o entendia.

Feito o bodisatva da filosofia oriental, o poeta iluminou-se e ficou mais um tempo entre nós. E depois? Talvez Belchior tenha percebido que nada mais de relevante tinha para falar. Sua arte já o havia dito, e continua a dizer. Ele já não tinha metas, estava finalmente livre para deixar a roda-viva que nos entorpece diariamente com a sedução das falsas necessidades. E então o poeta se foi.

Para onde? Foi-se. Por aí. Algum tempo-lugar onde agora ele pode ser o que sempre foi e será: um lindo ipê que apenasmente flora, apenso ao pé da serra.

Ricardo Kelmer, escritor, roteirista e letrista musical

ELE MERECE!

Do G1/CE
"Artistas cearenses prestam homenagem a Belchior em show no Dragão do Mar. Show Viva Belchior ocorre durante o evento Maloca Dragão, na madrugada desta segunda-feira, na Praia de Iracema."

JORNALISMO CHAPA BRANCA/ACOVARDADO

A Folha de São Paulo, sobre o episódio em que um rapaz foi violentamente agredido pela PM, em Goiânia: "(...) foi agredido por um homem vestido de militar (...)". Que texto escroto!

AINDA BELCHIOR...

Nota da Seduc/Ceará, assinada pelo secretário Fabiano Piúba:
http://www.secult.ce.gov.br/index.php/latest-news/46159-secult-divulga-nota-de-pesar-pela-partida-de-belchior-artista-cearense-que-reinventou-a-cancao-popular-

CITADO PELO MAESTRO VIÇOSENSE

Poty Fontenelle
A imagem pode conter: texto

E UMA DO VALBER...

Com o Bidoge saindo do esconderijo da mesa...
Nenhum texto alternativo automático disponível.

UMA IMAGEM (DE CLÁUDIO DICKSON)

POR AQUI...

Os poetas cantam Belchior...
"Ainda tinha esperança de vê-lo um dia... Não em palco... Mas, vê-lo. Quem sabe aprendamos um pouco com sua história, poeta. Que sua coragem nos mova. Pra mim, você foi um revolucionário, Belchior!"
Julie Oliveira, poetisa (filha do Rouxinol do Rinaré)

HOJE TEM... NO CÉU...

REPERCUSSÃO - II

De Luciana Genro: "Vamos sentir saudade do rapaz latino-americano sem dinheiro no banco. Uma pena!"
Renato Roseno: "A imprensa noticiou esta manhã a morte de Belchior. Uma perda imensa para a música cearense e para a arte..."
Samira de Castro: "Ah, como eu queria que fosse uma barrigada. #RipBelchior!"

VÁ EM PAZ...

O Bigode foi-se embora/E levou o menestrel/Sua palavra, sei bem/Fez desse mundo mais mel/Até um dia, poeta/Hoje tem festa no céu!

PIADA PRONTA

No Uol: "Restaurante Senzala, vizinho a Temer, reabre após depredação"

REPERCUSSÃO

DE RAIMUNTO NETO, escritor:
"Ele (Belchior) optou pela solidão a dois. Não precisava de apoio financeiro nem nada, pois era livre. Uma gravadora ofereceu um milhão de reais a ele e ele não voltou. Queria estar longe de tudo. Ele estava a anos-luz da nossa pobre racionalidade!"

DA FOLHA DE SP

ESTÁ NO O POVO DE HOJE (VERSÃO ONLINE)

"Cantor e compositor Belchior morre no RS. O cantor e compositor Belchior morreu neste domingo em Santa Cruz do Rio Grande do Sul, aos 70 anos. O corpo deve ser trazido para o Ceará ainda hoje. O sepultamento deve ocorrer em Sobral."
http://www.opovo.com.br/noticias/brasil/2017/04/cantor-e-compositor-belchior-morre-no-rs.html http://blogdoeliomar.com.br/cantor-belchior-morre-no-rio-grande-do-sul/
O DN TAMBÉM REPERCUTE...
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/caderno-3/online/morre-o-cantor-e-compositor-cearense-belchior-1.1746053
ATUALIZAÇÃO DAS 11:50h.: Segundo o Jornal O Povo, o governo do Estado fará o traslado do corpo.
Já no Folha de SP:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/04/1879959-morre-o-cantor-e-compositor-belchior-aos-70-anos.shtml

DENÚNCIA

"Minha coluna de estreia, neste domingo, na Folha de S. Paulo. Escrevo sobre dois episódios que atestam o higienismo cultural, ora em vigor na capital paulista: a extinção da roda de samba na Biblioteca Mário de Andrade e o despejo do Clube do Choro do Teatro Arthur de Azevedo. Revezarei o espaço, quinzenalmente, com Cristóvão Tezza!"

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