O JOGO FÁCIL DA POLÍTICA

 Quer ser político? Nem é bicho-de-sete-cabeças, não! Escolha um partido. Vale qualquer um! Escreva discursos inflamados sobre problemas genéricos que afligem a sociedade em geral. Pode incluir chavões! As pessoas nem percebem certas tiradas... Até aplaudem! Fale bastante! Tente persuadir, seja enfático! Na construção de suas falas esqueça saúde, habitação, educação e segurança, temas universais. Visite pessoas necessitadas, tome cafezinho com elas, elogie sua forma pobre e simples de tocar a vida. Seja simpático. "Sorria, você está sendo filmado!", lembra? Junte-se aos grandes líderes das redondezas. Não esqueça de decorar jeitos, trejeitos, caras e bocas. Trabalhe suas pretensões. Mas não muito. Quem trabalha muito, não pode estar na esquina! Apegue-se aos holofotes e microfones. Um bom baba-microfone dificilmente perde eleições...
 O resto você aprende só, que eu já cansei de falar e vou parando por aqui. Até mais e simpatia, viu?

MANIA NACIONAL

 As denúncias de corrupção não repercutem mais. A corrupção virou coisa normal! Quem reclama é porque perdeu o osso ou nunca sentiu na boca o gosto de seu TUTANO. Pratica-se esse "esporte" em todos os partidos! Deveria ter uma data nacional.

 FÓRUM ZONA NORTE 

 O líder do Governo Cid na Assembleia, Antônio Carlos (PT), diz que andarilhou pela Zona Norte. "Estive em Reriutaba, Moraújo e Uruoca."
 Deve ter visto muitos problemas! Tem pauta para 10 pronunciamentos e para despachos com o chefe. Que faça isso!

LÍNGUA CULTA/"INCULTA" 

 Não vou entrar no mérito dessa discussão, que diz que o MEC estaria adotando livros, que ensinam as crianças a serem analfabetas. O que sei é que a Linguística contemporânea prega a ideia de que qualquer forma de comunicação é válida, desde ela se dê em favor dos interlocutores.
 O Barros Alves, que é acadêmico, reclamou:

 "Esse livro aprovado pelo Ministério da Educação, que ensina nossos filhos a serem analfas no idioma vernáculo, é uma homenagem tardia ao ex-presidente Lula?"

 O que é razoável é o seguinte: não podemos discriminar a forma como falam sertanejos, jovens, surfistas, policiais, etc. Se os grupos sociais se comunicam e se entendem, está valendo.  Mas em nenhum momento é recomendado que isso seja levado para uma redação ou uma produção textual escolar. O internetês por exemplo, não é condenado pelo linguista. No entanto, na produção escolar e/ ou científica, a recomendação é pela forma culta.