2 de jun. de 2014

VALE À PENA LER!

  "(...) Uma Copa do Mundo no Brasil, quem não sonhava com ela? No entanto, tarda o País a se envolver com sua realização. A pergunta que não quer calar é: por que não estamos celebrando esta como a 'Copa das copas' que deveria ser?

  Começo pelo começo, a economia. Crescemos por dez anos e, como em toda parte, reduzimos o ritmo. O acento forte no consumo se mostra de curto fôlego para o salto na infraestrutura. Em saúde e segurança, o que não se agrava, estanca.

  A percepção coletiva não é de crise, mas de incerteza: se 47 por cento declara intenção de voto na presidente Dilma, 72 por cento manifesta desejo de mudança. Grande parte dos brasileiros ocupa espaço nos dois grupos: manter, mas mudar.

  Ao quadro incerto, soma-se a decepção: ao contrário do que o presidente Lula assegurou, há dinheiro público, sim, dos cofres estaduais e de empréstimos graciosos do BNDES, na construção dos estádios, além de superfaturamento.

  As insatisfações prosperam ainda porque o melhor da copa não veio a tempo: só 12 por cento das obras de mobilidade urbana estarão prontas quando Neymar tocar a bola para Fred em Itaquera, dando início à primeira partida da competição.

  Mas haverá um legado: as obras públicas. Mesmo os estádios, confortáveis, o torcedor brasileiro os merece. Sobre os desperdícios, longe de querer sancioná-los, a mídia espontânea sobre o País no exterior, se contratada, não sairia mais barata.

  Já estava mesmo na hora do Brasil sediar uma Copa do Mundo. E pode ser que, na ponta do lápis, esta Copa não seja lá um bom negócio e tampouco represente um prejuízo que não possa ser compensado pelos ganhos subjetivos, simbólicos.

  O poder público apostou no instinto ufanista da 'pátria de chuteiras' e subestimou o desconforto de consciência de se ver estádios brotarem do chão enquanto o crime toma conta das cidades e as filas nos hospitais não param de crescer.

  O povo brasileiro não foi para as ruas quebrar as cidades. Nem foi a elas para aplaudir os desvios. Dá com isso, em ambos os casos, uma lição de civismo que o discurso velhaco do populismo governista não teve a grandeza de alcançar.

  Que respostas nos foram dadas às manifestações de massa de 2013, quando fomos às ruas dizer aos dirigentes do país que estamos prontos para apoiá-los nas mudanças que o país precisa? Os talheres de sempre. Os conchavos de sempre. (...)."

 Ricardo Alcântara, publicitário

NOSSA TRAGÉDIA DIÁRIA!

   Hoje estive na UPA Itaperi. Fui atendido bem perto de um sujeito algemado. Como os exames demoravam, um dos dois policiais que o acompanhavam foi pra cima da jovem médica:   - E se vier alguém resgatá-lo e a senhora ouvir só o pipocado de balas? Ele é de alta periculosidade!
 Não teve outra alternativa. O sujeito foi imediatamente liberado!

NOSSA MILITÂNCIA

  Nota da Coluna e do Blogue do respeitado jornalista Egídio Serpa, do Diário do Nordeste:
 "Uma pergunta que todo o dia é feita por professores, pais de alunos e alunos de escolas públicas e privadas: por que é tão caro o livro escolar no Brasil? João Teles, professor de História e coordenador do Projeto Confraria da Leitura, que atua na periferia de Fortaleza, pede 'só uma explicação'."

A UNILAB* QUER OUVIR O CONFRARIA

  "A UNILAB reserva toda quarta-feira para o projeto Quarta Cultural. Nesses dias artistas e pessoas ligadas a movimentos culturais se apresentam para a comunidade acadêmica e o público em geral. Acontece no anfiteatro. Como você acha que podemos mostrar seu projeto? Acho legal que os universitários vejam atividades da escola pública como exemplo de êxito, de sucesso, para descontruir a imagem negativa. É legal também porque temos muitos alunos estrangeiros e é uma boa oportunidade para eles conhecerem aspectos interessantes da educação básica. Então... se você tem interesse, podemos ver o que seria bom mostrar: uma oficina, apresentações com alunos... Qual o contato? Eu ou a articuladora de arte e cultura, uma de nós duas, entrará em contato."

  Rebeca Alcântara Meijer, professora

   * UNILAB - Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

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