domingo, 8 de dezembro de 2013

UMA HOMENAGEM A BELCHIOR

  A TURMA DO FREI BEL

  Opinião - Jornal O POVO, 07/12/13



  Ei, macho! Cadê tu? Soube que te localizaram em Porto Alegre. Meio maluco beleza. Meio não sei como... Queríamos te convidar para a nossa festa. Ficamos mais ricos ou mais bestas e por conta, estamos reunidos num resort no fim de semana. 
  Quarenta anos de formados! Muita bebida e alegria. Cabelos grisalhos. Nem guardamos o vil metal. Fizemos tudo o que fizemos, mas ainda somos os mesmos. 

  Vem, cara! Vai ser superlegal. Tu vais encontrar as meninas mais senhoras. Algumas, até avós. E o tempo virou um retrato na parede da memória. Alguns vão contar o sucesso que fizeram. As peripécias que a vida armou. Mas sempre tem um que volta ao passado. Contará aquelas piadas de debaixo das mangueiras. Das passeadas e assembleias. O acampamento dos excedentes. As greves nos jardins da Reitoria.

  Depois, foi a grande diáspora. Tu caíste fora bem antes. Foi ser cantor pelo Sul Maravilha. Que alegria a gente festejando tuas aparições no Flávio Cavalcanti. Teus primeiros passos do sucesso. E os outros, nós todos, sendo plantonistas nos hospitais que a vida foi
nos reservando.

Agora, a maioria está aposentada. Ficamos idosos. Somos idosos. Mas – coisa estranha! – ainda pulsa um coração juvenil em cada mente que nos move.
Que curioso, nós mesmos achamos que o mundo mudou. De vez e demais. Foi tudo muito rápido e aqueles jovens que saíam “dedos em v e cabelos ao vento” hoje parecemos medrosos e a violência nos assusta.

Pô, como seria sensacional teu violão debaixo do braço e um show privé que teríamos de tuas novas e inéditas canções.

  Não, Belchior. Não se assunte. Podes vir. Aqui encontrarás a mesma inocência de teus fraternos colegas. Aqui abriremos um velho Bordeaux e comemoraremos unicamente o fato de ainda estarmos vivos e sermos eternos amigos.

  Vem, cara! Vai ser legal. A rapaziada continua generosa e companheira. O tempo não nos estragou. Pois o coração ainda está firme na amizade.

  Mais tarde, quando a madrugada for se despedindo, correremos em busca da praia, onde mandaremos nossas mágoas pras águas fundas do mar.

 
(Antônio Mourão Cavalcante, médico psiquiatra e antropólogo)

E TEM GENTE QUE AINDA NÃO SABE O QUE É FASCISMO!

  "Praia badalada de Florianópolis faz atos antimendigo.

  'Não precisamos de mendigos: Fora!', dizia um cartaz carregado por um grupo de pessoas em uma avenida da badalada praia de Canasvieiras, em Florianópolis. Poucos metros à frente, no meio da passeata, outra mensagem: 'Balneário Camboriú, para de jogar mendigos na nossa praia (que vergonha)!'.
  Munidos de faixas, cartazes, alto-falantes e carro de som, moradores iniciaram uma campanha pela saída de moradores de rua da região. (...)."

  (Folha de SP)

O AUTOR

  Apresento-lhes abaixo uma obra singela e feita de todo coração pelo boa-vistense, radicado no bairro Otávio Bonfim, Boaventura Vieira de Castro, o Ventura, que, embora o nome não demonstre é um Marques e Zeferino, que viveu uns tempos no Arapá, distrito de Tianguá (nasceu na localidade de Boa Vista - Saco). O velho Ventura, artesão e homem do povo, é primo da minha genitora (que é Rodrigues, Sousa, Marques e Zeferino). Na obra "Se lê vai rir" o autor traz poesias, narrativas de cunho popular e muitas histórias de trancoso. A escrita é simples, como o autor, e é fruto da gostosa oralidade sertaneja. Agradeço ao parente Ventura!

A OBRA DO BOA-VISTENSE BOAVENTURA VIEIRA DE CASTRO


O ARAPÁ DE ANTANHO, NA VISÃO DO PARENTE BOAVENTURA VIEIRA DE CASTRO


O QUE VEM POR AÍ!

  

  "Próximo dia 12, quinta-feira, tem lançamento do 12º 'Almanaque de um tudo'; a edição celebra o aniversário de um ano do periódico do mestre Audifax Rios! Na ocasião haverá a confraternização natalina do Clube do Bode. Uma festa em dose dupla pra quem não dispensa conhecimento e aquela boa molecagem cearense."

 (Divulgação: Lilian Martins)

UMA DIRETA... PRA TODOS NÓS!

 Os africanos sabem BEM disso: "Quando o rebanho se une, o leão vai dormir com fome!"

ATITUDE!

 Do Face Sociedade Sem Prisões, via Face da historiadora Andréa Saraiva:

PAISAGEM URBANA, DE HÉLIO RÔLA

PODER VELHO CADUCO!

O poder dos bocós

07/12/2013 (no O Povo)

DEMITRI TÚLIO

Pode ser que não, mas vejam que estranho. Há dois sábados, dia 23 de novembro, fui convidado pela ONG Mediações de Saberes para ciceronear um percurso urbano pela floresta do Cocó. Trecho que se desenha no quadrado Sebastião de Abreu, Washington Soares, Engenheiro Santana Júnior e Padre Antonio Tomás.

Trazidas pelo sociólogo Júlio Lira, pelo menos 30 pessoas se juntaram para caminhar e ouvir histórias sobre a floresta a partir de uma jornada pessoal (e jornalística) que iniciei no Cocó há quatro anos.

Desde 2009, fotografo a mata atrás de perceber essa cidade que nos é invisível e foi sendo acuada pela urbanização. Empreitada que não considera outras possibilidades além dos homens. Botei na cabeça que precisava conhecer quem me habitava ali. Para além de ir e vir nas trilhas, carecia compreender seus ciclos para poder respeitá-los.

Pois bem. Após meia hora de caminhada e prosa, por volta das 16 horas, na altura da primeira lagoa de passagem, fomos surpreendidos por um helicóptero do Ciopaer que resolveu flutuar sobre nossas cabeças. Num trecho onde eu apontava existir um borboletário natural, apesar da vegetação estorricada de sol.

Invasiva, a aeronave da Secretaria da Segurança Pública do Ceará interrompeu a conversa e um militar passou a filmar o que fazíamos no “parque”. Foram pelo menos sete minutos de aporrinhação, barulho e uma poeira fina que se levantou por causa das hélices do “mané-mago” de ferro.

Que desperdício, minha nossa! Perder tempo, combustível pago com dinheiro público e uma composição de policiais militares para bisbilhotar o que um grupo de cidadãos fazia na floresta que virou o calo da Prefeitura de Fortaleza e governo do Estado.

Provavelmente, imaginavam que estava sendo tramada, ali, um plano infalível do Cebolinha para sabotar a construção caduca de dois viadutos. Certeza, anotem no relatório sigiloso de vocês, a maior parte dos que foram conhecer as intimidades da floresta se disse contrária a obra que sumiu com um pedaço da mata.

Falar em inteligência, o Ciopaer, a Casa Militar e o Governo do Estado poderiam usar de métodos mais sutis para vigiar cidadãos de folha corrida limpa. Era público o encontro. Deu no O POVO, na coluna do Eliomar de Lima (Vertical), que haveria o percurso urbano no Cocó. Qualquer pessoa poderia ir.

Então, em vez de um helicóptero nada discreto e um policial filmando descaradamente, poderiam ter infiltrado um PM à paisana entre os caminhantes. Ninguém saberia. De preferência uma policial. Misturada aos civis, ela poderia registrar, com câmera ou celular, as conversas sobre borboletas, ninhais, movimento das águas, temporada das secas e ciclos da floresta.

A vontade que tenho é de escrever um palavrão. Mas não. Façamos assim, hoje é sábado, vou retribuir a descortês alcovitagem com Almir Sater e Renato Teixeira. É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz para poder seguir, é preciso chuva pra poder florir... Cada um de nós compõe a sua história. E cada ser, em si, carrega o dom de ser capaz...

Fica um convite: se desejarem, prefeito e governador, levo-os para finalmente conhecerem as manhas, as maçãs e as manhãs do Cocó. Quem sabe não se permitem novos olhares.

Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs...

LEVANDO UMAS LAPADAS!

SÓ ISSO BASTA?!

  Hélio Schwartsman ainda defende um currículo direcionado, do tipo que ensina ao Professor o que ele tem que dizer/ensinar em sala de aula. Não creio que resida aí o problema da escola. O drama da Educação é complexo demais para ser resumido num artigo!

RECURSOS. PRA QUÊ?

  "Saiu mais um Pisa, o teste internacional que avalia alunos de 15 e 16 anos em várias áreas, e o Brasil segue na rabeira. Os países que participam do exame são 65. Ficamos na 55ª posição em leitura, 58ª em matemática e 59ª em ciência.
  É verdade que melhoramos em matemática, mas estamos falando de um avanço da ordem de 10% em quase uma década. Nesse ritmo, levaríamos 26 anos para atingir a média dos países ricos e 57 para alcançar os chineses. Isso, é claro, no falso pressuposto de que os outros ficarão parados. Em leitura e ciência, a evolução foi ainda mais modesta.
Infelizmente, não será muito fácil mudar o   quadro. O governo acena com os recursos do pré-sal como salvação da lavoura. É claro que mais dinheiro ajuda, mas está longe de ser uma garantia de sucesso. Na verdade, nosso sistema é hoje tão pouco funcional que jogar mais verbas nele será, acima de tudo, uma ótima maneira de desperdiçá-las. (...)."

 (Hélio Schwartsman, filósofo, no Folha de São Paulo)
Hélio Schwarts

POR AQUI, UMA MANHÃ PRA FICAR NO EDREDOM