Os narradores carregavam nas
tintas. Falavam horrores sobre eles. Que mordiam o que viam pela frente, que
babavam, rangiam dentes, destroçavam criações. Se pegassem crianças... nem
pensar! As histórias corriam as sete paróquias, assombravam meio mundo de
gente, deixavam meninos ao redor das mães, agarrados às saias, chorosos, com
medo de tudo que viam mexer-se. As
narrativas só aumentavam, falavam de coisas terríveis, de acontecimentos nunca
antes vistos em lugar nenhum. Os dias já não eram os mesmos, as
brincadeiras tinham perdido a graça, os namoricos o encanto. Agora só importava
ficar quase enterrado no chão, perto de casa, para ouvir mais uma e mais uma história.
Falavam que já circulavam os romances de literatura de cordel contando todas as
histórias. As capas eram descritas com xilogravuras horrorosas, em tinta preta
e temível. A meninada andava borrando as
calças... E tome histórias, que chegavam às pampas, de lugares distantes e
desconhecidos. Lá, diziam, é que a coisa
é braba! Como sair de casa daquele jeito? Como ganhar o mundo ou pelos menos ir à esquina jogar com castanhas de caju ou brincar de encangar boinhos de cipó
e paulistas? Difíceis tempos em que o medo era maior, bem maior, a cada minuto
que o tempo avançava e as histórias esticavam...
10 de jul. de 2014
QUE CONFUSÃO!
As crianças não leem ou pouco o fazem. Suas redações são um retrato irretocável disso. Suas escolhas musicais, também... Seus pais estão a seu lado, fisicamente, mas muito distantes, na prática. Num País onde é praticamente um crime se falar em livros!
PAINEL DA APL
RESUMO DA OBRA “A EXPERIÊNCIA DA FOME NO ROMANCE O QUINZE, DE RACHEL DE QUEIROZ", de autoria de Aíla Sampaio – Mestra em Letras, Professora da Unifor, onde é editora da Revista de Humanidades.
“A seca é uma das maiores catástrofes
vividas pelo povo nordestino, que se resigna a sair da sua terra natal para
aventurar-se em outro espaço que lhe possibilite ter as mínimas condições de
sobrevivência. Muitas vezes, essa busca resulta em tragédias que repercutem
definitivamente na vida dos retirantes que encontram, em vez de solução para o
problema da fome e da miséria, perdas irreparáveis. O romance O Quinze,
de Rachel de Queiroz, traz à cena a seca de 1915 e mostra, por meio dos
personagens Chico Bento e Cordulina, o drama das famílias que imigram para as
capitais, buscando uma forma digna de vida e experimentam, além da sensação de
exílio, as dores advindas da perda de familiares, da dissolução involuntária de
parte da família e, sobretudo, a perda da dignidade humana. A obra enfoca,
ainda, a corrupção advinda da mentalidade de que a seca propicia uma forma de
desvio de verbas e, em contrapartida, a honestidade, a fé e a esperança do povo
sofrido que luta apenas por uma forma lícita de sobrevida.”
FONTE: http://litebrasil.blogspot.com.br/
À TOA NÃO É!
Preste atenção em mais essa: os presidentes (municipais/estaduais) de partidos políticos são sempre pessoas ligadas aos poderosos das agremiações, mas sem muito poder de decisão. Já notou? Grosso modo, são testas-de-ferro, indicados pelos caciques... sabe-se muito bem porque!
ASSIM VAI!
Candidato a governador chamar deputado pra conversa em restaurantes de luxo, com tudo pago e promessas de orçamento farto (e acessível) no futuro é bom demais. Quero ver algum deles convidar o Zé Silva, ali da esquina!
VAMOS APRENDER A LIÇÃO!
A velha invenção inglesa (o pebol) poderia nos dá uma lição: não planejar, improvisar, remediar, não treinar, usar uma meia sola pode ser uma desgraça em nossas vidas. Nossa dificuldade de aprender com as topadas é uma realidade insofismável. Mas essa ficará como exercício diário? Vamos levá-la pra escola? Vamos transformá-la em processo cognitivo?
A DESCOBERTA!
A Rádio Tribuna Band News FM já começou uma série de entrevistas com os governamentáveis. O de hoje disse que na saúde e na segurança pública falta gestão. "Não é possível que não tenha uma pessoa no Ceará que tenha competência para gerir esses setores!". Ou seja, descobriu a roda. Falta gestão!
COISA NOSSA!
Pra quem gosta e não tem vergonha da cultura popular, uma web rádio (já mostrada aqui):
http://www.radios.com.br/aovivo/Web-Radio-Confianca/26401
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