sábado, 1 de dezembro de 2018

CEARENSIDADE

"Se você tivesse que ganhar a vida com um prato típico do Ceará, em qual você investiria? Algumas vezes fiz-me essa pergunta ao avaliar a hipótese de ter que sobreviver fora do meu lugar de origem, contando apenas com minha história e memória cultural. Receita simples, o baião de dois seria minha escolha.
Mais do que um preparado em que se leva o arroz para cozinhar no caldo do feijão já pronto - tempera-se com toucinho, cebola, pimenta, alho e cheiro verde, tudo finalizado com generosos pedaços de queijo coalho e nata -, o baião de dois conta das nossas raízes, da busca por sustança diante do desprovimento no sertão, fala de privação e resiliência.
O 'de-comer' nos une enquanto grupo, não somente pelo sabor. Na medida em que partilhamos procedimentos e experiências, a comida nos projeta para os demais como semelhantes que somos. Talvez por isso, mesmo diante de tantas urgências dos dias atuais, ando às voltas com esquisitices de quem quer facilitar padronizações em detrimento de elementos regionais ricos em significado. Não bastasse as descaracterizações travestidas de novidade, deram para trocar insistentemente os nomes das coisas. De uns tempos para cá, na padaria não se vê mais bolo de macaxeira. Tomou o seu lugar um pedante bolo de aipim. Ao invés de jerimum, querem nos vender uma irritante abóbora. Para quem já achava demais ter o lanche ocupando o espaço bonito e sonoro da merenda, outro dia tentaram me convencer a levar, junto do galeto de sábado, um tal de 'Arroz F' ao invés do baião de dois. Intrigada com o espanto da atendente ao ouvir um 'agora pronto! não levo com esse nome', quis desabafar com um amigo e ele lembrou Shakespeare: 'A flor que chamamos de rosa se outro nome tivesse ainda teria o mesmo perfume'. Será? Longe de mim fazer emboança, mas pelejo pra desaprender o aprendido com meus pais e avós e não tem jeito. Ainda assim, custa-me ensinar ao meu neto, visto que são muitos os ingredientes a desunerar esse ensaio de identidade. Eu, arigó de nascença, enxergo boniteza em cada palavra, em cada expressão fundada nas nossas peculiaridades alencarinas. E digo mais: cuscuz com leite, bruaca, tapioca, mungunzá; rapadura, bolo mole, alfinim; caju, cajarana, seriguela, cajá, umbu, jambo, sapoti; piaba, peixada, caranguejo, camarão, lagostim; paçoca, feijão verde, carne de sol, manteiga de garrafa, buchada, sarrabulho, baião de dois com 'bife do oião'."

Maisa Vasconcelos
Maísa Vasconcelos, jornalista e radialista do Grupo do O Povo

DA EXTREMA-DIREITA...

...NEM O IMAGINÁRIO ESCAPA!
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O BEIJO DE MARACANAÚ FOI APAGADO


Ao jornal O Povo o artista urbano Yuri Sousa, mais conhecido como Bad Boy Preto, disse acreditar que o grafite foi apagado por algum apoiador de Jair Bolsonaro. "Pode ter sido o mesmo que chegou me filmando e me perguntando porque eu estava fazendo esse grafite, enquanto pintava."

A CAPA "MOLHADA" DO O POVO DE HOJE

ESPRAIA!

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SEI, toda ideia na vida/Tem que ter propagação/Uma janela fechada/Não traz cheiro do sertão/Todo recinto trancado/É tristeza, meu irmão!//Por isso, abre a gaveta/Põe pra fora todo o plano/De expandir um sentimento/E nada enrole num pano/Passarinho na gaiola/Não canta, isso é engano!/Na verdade, é só tristeza/Que ele diz e que se escuta/Se ele pudesse sorrir/Faria logo a permuta/Ideia também quer ares/Não quer vida diminuta!

SEMANA QUE VEM VOU DAR UM MERGULHO NO MUNDO LINGUÍSTICO DE INGEDORE...

...ELA É UMA DAS mais respeitadas especialistas da área:
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UM NACO DE 1808, DE LAURENTINO GOMES

VIA TWITTER

REACIONARISMO







ESSA SEMANA estacionei o cascudo ao lado da sede do PCdoB, na Avenida da Universidade (bairro Benfica). No oitão do prédio um desgraçado social dormia o sono dos encachaçados, drogados ou simplesmente famintos... Usava um resto de colchão de cama e uns trapos muito sujos. Imaginei ali um desses seres doentios pra fotografar tudo e jogar nas redes sociais. A exploração seria certa. E os comentários (dos leitores) os mais cínicos, hipócritas...

CULTURA POPULAR EM SAMPA

VIA COMUNIDADE (FACEBOOK)
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MIJADEIRA NEOCOLONIALISTA

JÚNIOR LOPES, VIA FACEBOOK
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DO VELHO DARCY RIBEIRO

"O Brasil, último País a acabar com a escravidão tem uma perversidade intrínseca em sua herança, que torna nossa classe dominante enferma de desigualdade, de descaso."

OPINIÃO

"Gostem ou não magníficos reitores e a douta academia, o maior filósofo brasileiro é BELCHIOR. Depois escrevo sobre essa obviedade."
Antonio Carlos
Antônio Carlos de Freitas, professor, ex-deputado estadual, radialista (comentarista esportivo) e membro do Diretório Estadual do PT- CE.

BELEZA

ZERIVAN OLIVEIRA já pintou a cachoeira de Missão Velha (sua terra) umas 15 vezes. Essa, segundo ele, é uma das mais perfeitas:
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UM EXEMPLO DE GLOSA

Do poeta glosador Manoel Pitomba de Macedo (1924 – 1957), de Assu (RN):
Nem todo homem tem brio
Nem toda moça se casa
Nem todo fogo tem brasa
Nem toda lã dá pavio.
Nem todo inverno faz frio,
Nem todo filho tem pai,
Nem tudo que entra sai,
Nem toda fera é valente,
Nem todo lorde é decente
Nem tudo que tomba cai!

DO BLOGUE: A parte vermelha é um mote, dado por alguém (do público da cantoria). A partir dele o poeta improvisa a glosa. A maioria dos motes tem 2 versos!

BELA OBRA!

DE ZERIVAN OLIVEIRA (FORTALEZA)
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BELA VOTAÇÃO!

UMA PROFESSORA de História, minha contemporânea de UECE (como estudante), candidatou-se a senadora pelo PSOL. Obteve quase 317 mil votos. Não foi eleita, mas, como digo sempre por aqui: nem tudo está perdido!
Foto dela (Karina Cavalcante):

"NEM TUDO ESTÁ PERDIDO!"

VIA FACEBOOK

DEZEMBRO

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E dezembro já chegou/Pois que seja bem florido/Que traga dias de glória/E de um jeito comedido/E que a vida seja leve/De um modo (bem) colorido!//E que o céu seja estrelado/Que o sorriso esteja a mil/Que as flores se abram todas/Num firmamento de anil/E que o perfume se espalhe/Feito a Turma do Funil!//Quero paz, quero alegria/Portanto, nada de dor/Quero tapioca quente/Quero café, sim, senhor/Quero a vida prazenteira/E sem tempo de condor!

DUAS EM UMA

1. Revelações: preconceito, misoginia, xenofobia, ódio... e vem mais por aí. Nessas eleições, esgoto vai ser fichinha!; 2. Como já falei aqu...