sexta-feira, 15 de novembro de 2013

A INDIFERENÇA À CULTURA REPUBLICANA

  "(...) A Proclamação é fruto de outro brio ferido: o de um chefe militar que se sentira humilhado com a nomeação de um desafeto para o governo. Claro, era a gota d’água da insatisfação corporativa do Exército, que se ressentia de voltar ao segundo plano, depois do destaque alcançado durante a Guerra do Paraguai e da convivência da tropa com colegas vizinhos que mandavam e desmandavam em seus países, sem ter de prestar contas aos 'casacas' (civis).
  O levante não era nem mesmo contra a monarquia, mas para depor o primeiro-ministro. O sistema era parlamentarista monárquico. Por falta de habilidade do governo, a deposição estendeu-se ao imperador e ao regime, graças à manobra maquiavélica de um diminuto grupo de militares republicanos encarregado de instigar ainda mais o brio ferido do velho marechal monarquista. 'O povo assistiu àquilo bestializado', segundo uma testemunha. Supunha ser apenas uma parada militar fora de época.
  De lá para cá, o conceito de republicanismo ainda não conseguiu introjetar-se de todo nos costumes políticos brasileiros. Mas, nunca é tarde."

  (O Povo) 

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