quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

JESUS E AS MULHERES

  "A questão é complicada, porque não há como fugir do contexto social do Judaísmo antigo, machista e patriarcal; mas se observarmos as atitudes de Jesus, em relação as mulheres, veremos que a coisa é diferente. Pra começar a genealogia de Jesus é sui generis; nela há mulheres que não eram bem vistas em Israel (Rute, estrangeira; Raab, prostituta). Jesus rompe com as amarras dessa época. Há vários exemplos disso, como a conversa com a samaritana no poço de Jacó (algo impensável, um homem estrangeiro conversar com uma estranha. Seria visto como assédio); a mulher que unge Jesus com perfume (num rito que era considerado sexual); a relação com Maria Madalena, que é perdoada mesmo em adultério (quando o costume era apedrejamento). As seguidoras de Jesus, (...) não tinham acesso ao Templo de Jerusalém (ficavam separadas), nas sinagogas havia exclusivamente homens, mas no grupo de Jesus elas tiveram um papel importante, mesmo com a barreira cultural e social que ainda há nos textos. Paulo, como se sabe, era um fariseu de formação, zeloso e radical, não é estranho que tenha obscurecido o papel das mulheres nas primeiras comunidades."

  (Francisco Bento da Silva, Professor da UFC - Cariri -, filósofo e articulista do Caderno Espiritualidade do O Povo)

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