16 de abr. de 2016

BOA ANÁLISE!

 "É travada no Brasil uma disputa sobre os significados políticos do provável impeachment. O embate sobre a narrativa histórica não termina amanhã. Como estes dias serão vistos daqui a 40, 50 anos? Impossível antever agora, no calor dos acontecimentos. A história é menos apaixonada, mais equilibrada. E impiedosa.

  O governo denuncia golpe. Opositores dizem salvar o Brasil de quem destruiu a economia e usou métodos ilegais para ficar no poder. Não tenho pretensão de, imerso na realidade que analiso, antecipar o veredicto da história. Escrevo de dentro do turbilhão, com os fatos a se desenrolar diante dos olhos. Ainda que à certa distância de ambas as trincheiras, para melhor observar. Com o hoje como matéria-prima, não creio que uma das versões explique a contento o momento. Cada lado tem parte de razão. E muito de mistificação. Não enxergo mocinhos, nem heróis, nem merecedores de indulgência.

  GOLPE?
  Não penso que o impeachment possa ser enquadrado naquilo que se convencionou chamar de golpe. Se pensarmos nos tanques na rua, na força das armas como instrumento de poder. Não há em 2016 o que ocorreu em 1964, em 1930, em 1889. Nem 1954. Equiparar situações tão díspares serve como artimanha retórica. A intenção da compreensível estratégia discursiva é mostrar o extremo do tempo atual. Mas, o efeito indireto é minimizar o passado. Perde-se a proporção. Isso é perigoso. (...)."
  Érico Firmo, analista do O Povo
  DO BLOGUE: Claro, discordo da parte final do arrazoado.

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