4 de ago. de 2018

CHICO TOPA-TUDO

Francisco Cargatorta era monossilábico. Homem de pouca conversa e de poucos amigos. Não via graça nesse negócio de ficar escutando ladainhas alheias o dia todo, moda pároco. Se saia do cafofo e ia pra qualquer lugar, ajuntamento, festejo e perguntassem se ele queria café, biscoito, queijo... respondia, seco: - Tudo!
Um dia partiu pra uma viagem mais longa que um dia de fome. Um camarada o acompanhou; Lá pelas tantas resolveu puxar conversa: E a família, filhos, mulher, plantação, religião, acomodação, gostos, desgostos? E o Chico inchando, que nem cururu. E o sujeito investigando: - Tem mãe? - Não! - Morreu de quê? - De parto! - E pai? Também não? - Morreu de quê? - Do mesmo mal!
Assim era Chico Cargatorta, mais curto que coice de bacurim!

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Nem o belo logradouro escapa. Triste fim de uma gestão lastimável!