Francisco
Cargatorta era monossilábico. Homem de pouca conversa e de poucos amigos. Não
via graça nesse negócio de ficar escutando ladainhas alheias o dia todo, moda
pároco. Se saia do cafofo e ia pra qualquer lugar, ajuntamento, festejo e
perguntassem se ele queria café, biscoito, queijo... respondia, seco: - Tudo!
Um dia partiu pra
uma viagem mais longa que um dia de fome. Um camarada o acompanhou; Lá pelas
tantas resolveu puxar conversa: E a família, filhos, mulher, plantação,
religião, acomodação, gostos, desgostos? E o Chico inchando, que nem cururu. E
o sujeito investigando: - Tem mãe? - Não! - Morreu de quê? - De parto! - E pai?
Também não? - Morreu de quê? - Do mesmo mal!
Assim era Chico
Cargatorta, mais curto que coice de bacurim!
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