"Padre Cícero criou Juazeiro do Norte, fez a igreja e convocou os moradores. Ele queria gente que pensasse, gente sabida, comerciantes de primeira. Padre Cícero sabia que a cidade que estava criando poderia ser a sede dos negócios de todo o Cariri, ter destaque no Ceará e em estados vizinhos, como a Paraíba e o Pernambuco.
Padre Cícero realizou o sonho, encheu Juazeiro de gente capaz. Resultado: o jovem município de 100 anos avançou e assumiu a liderança regional. Juazeiro é terra de fé e trabalho, de comércio vivo, crescente, movimentado pelas romarias de multidões. O dinheiro na terra do Padre Cícero é farto. Juazeiro tem a terceira maior arrecadação do Ceará e é o município que mais produz ricos no sertão.
Só que Padre Cícero não imaginava que na política viria a maldição. O radialista Wilton Bezerra, que foi criado no cariri, diz: 'Padre Cícero é o prefeito de Juazeiro'. A frase tem uma leitura. O nome do padre e sua memória mantêm a cidade viva, acesa, forte e pujante.
Estudiosos dizem que o Padre Cícero perdoava os amigos, aconselhava para corrigir rumos. Já o seu conselheiro, Floro Bartolomeu, mantinha o chicote na mão e a espada afiada. Tudo que era de bandido mandava para outras bandas ou eliminava ali mesmo.
Pois é, Juazeiro do Norte só tem um prefeito, eleito pela história e pelo dom de criar, articular e mobilizar multidões. Os outros gestores que vieram depois do Padim seriam fatalmente eliminados, no mínimo expulsos da cidade, se lá tivesse um Floro Bartolomeu."
(Blogue do Roberto Moreira)
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