“Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim
E, olhos postos em ti, digo de rastros:
Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!"
(Florbela Espanca, in “Livro de Soror Saudade”)
Que tu és como Deus: princípio e fim!"
(Florbela Espanca, in “Livro de Soror Saudade”)
Raimundo Fagner cantou.
SOBRE A POETISA
FLORBELA ESPANCA
Vila Viçosa
1894 - 1930
Portugal
Época:
1894 - 1930
Portugal
Época:
Simbolismo
"Poetisa portuguesa (Simbolista), natural de Vila Viçosa (Alentejo). Nasceu filha ilegítima de João Maria Espanca e de Antônia da Conceição Lobo, criada de servir (como se dizia na época), que morreu com apenas 36 anos, 'de uma doença que ninguém entendeu'.
A poesia de Florbela caracteriza-se pela recorrência dos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude que só poderão ser alcançados no absoluto, no infinito.
A veemência passional da sua linguagem, marcadamente pessoal, centrada nas suas próprias frustrações e anseios, é de um sensualismo muitas vezes erótico."
FONTE: www.astormentas.com/florbela.htm
(Fernando Deda colaborou)
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