"Estava lendo sobre Clóvis Beviláqua. Um grande potencial intelectual! Fantástico... Aliás, ele foi autor do 1º Código Civil Brasileiro. Clóvis nasceu em Viçosa. Era filho do Padre José Beviláqua, um escravocrata que chegou a ser deputado provincial. De acordo com os costumes da época, o vigário vivia 'de porta a dentro', com uma mulher. Com ela teve 6 filhos, inclusive Clóvis. Aos 10 anos Clóvis saiu de Viçosa pra estudar. Sobral, Fortaleza, Recife e Rio. Não mais voltou a sua cidade natal. Em Recife formou-se em Direito. Pudera! Imagine quantos preconceitos sofria um 'filho de padre' naquele tempo! Ainda mais na preconceituosa e conservadora Viçosa... Isso, em pleno século XIX! Pouco se sabe sobre Martiniana de Jesus, mãe de Clóvis. Em Granja, há o 'Cemitério dos Beviláquas'. Lá, há um túmulo totalmente sem identificação que os mais velhos dizem ser da mãe de Clóvis. Seria? Não sei! No Código Civil Brasileiro, Clóvis procurou proteger a mulher como ser social. Resquícios da vida que levou sua mãe? Pode ser... Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Tentou eleger sua mulher para a ABL. Os outros membros a rejeitaram por puro machismo. Decepcionado, Clóvis nunca mais voltou à ABL. D. Amélia, intelectual, o acompanhou pro resto da vida. Os dois moravam numa casa modesta, na Rua Barão de Mesquita, no Rio de Janeiro. Ele faleceu em 26 de julho de 1944, estudando."
(Eônio Fontenele)
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