POETAS ESQUECIDOS: BAHIA
CONSTÂNCIO ALVES (1862-1933)
MATER
Eras em plena mocidade, quando
Da nossa casa, um dia, te partiste;
E eu, coitado, sem mãe, pequeno e triste,
Fiquei por esta vida caminhando.
Assim - no meu amor - teu rosto brando
Do tempo à ação maléfica resiste;
E o meu é, hoje, como nunca o viste,
Tanto o passar da idade o foi mudando.
Tão velho estou, que já me não conheces;
Nem poderias ver no que te chora
Esse a quem ensinaste tantas preces.
E tão moça ainda estás que (se memora
A saudade o teu vulto) - me apareces
Como se fosses minha filha agora.
CONSTÂNCIO ALVES (1862-1933)
MATER
Eras em plena mocidade, quando
Da nossa casa, um dia, te partiste;
E eu, coitado, sem mãe, pequeno e triste,
Fiquei por esta vida caminhando.
Assim - no meu amor - teu rosto brando
Do tempo à ação maléfica resiste;
E o meu é, hoje, como nunca o viste,
Tanto o passar da idade o foi mudando.
Tão velho estou, que já me não conheces;
Nem poderias ver no que te chora
Esse a quem ensinaste tantas preces.
E tão moça ainda estás que (se memora
A saudade o teu vulto) - me apareces
Como se fosses minha filha agora.
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