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CATIVEIRO
Passarinho, vai – te embora
Deste raminho fronteiro,
Que em meu rosto cor da noite
De prantos cai um chuveiro
Vai cantando a liberdade
Que eu choro meu cativeiro
És ditoso; alegre e solto
Tu cantas o ano inteiro;
Não te escute o desgraçado
Vai cantando a liberdade
Que eu choro meu cativeiro
Tua lei é o teu desejo
Sempre assim neste janeiro
Minha lei – capricho alheio
Meu caminho o mais fragueiro!
Vai cantando a liberdade
Que eu choro meu cativeiro
Entre os teus nos verdes prados,
Tu divagas prezenteiro;
Eu só nas lidas do campo,
Ou gemendo no terreiro
Vais cantando a liberdade,
Que eu choro meu cativeiro
Quando é noite, tu descansas
Sobre o teu ramo altaneiro,
E eu por entre os meus soluços
Ferido neste espinheiro...
Vai cantando a liberdade,
Que eu choro meu cativeiro
De manhã, quando despertas,
Vens banhar – te no ribeiro,
E eu de enxada no ombro marcho
Mais triste pra o cafeeiro
Vai cantando a liberdade
Que eu choro meu cativeiro
Como invejo a tua vida
Teu destino lisonjeiro!
Bem quisera ser – não posso...
No riso teu companheiro!
Vai cantando a liberdade
Que eu choro meu cativeiro
Ou me leva pelos ares
Onde voas sobranceiro;
Mas, me prendem férreos laços...
Antes fora o leve argueiro !
Vais cantando a liberdade
Que eu choro meu cativeiro
Bate as asas, vai embora ...
Voa ao céu, voa ligeiro;
Pede a Deus misericórdia...
Que me salve, justiceiro
Vai cantando a liberdade
Que eu choro meu cativeiro.
JUVENAL GALENO, 1865
Passarinho, vai – te embora
Deste raminho fronteiro,
Que em meu rosto cor da noite
De prantos cai um chuveiro
Vai cantando a liberdade
Que eu choro meu cativeiro
És ditoso; alegre e solto
Tu cantas o ano inteiro;
Não te escute o desgraçado
Vai cantando a liberdade
Que eu choro meu cativeiro
Tua lei é o teu desejo
Sempre assim neste janeiro
Minha lei – capricho alheio
Meu caminho o mais fragueiro!
Vai cantando a liberdade
Que eu choro meu cativeiro
Entre os teus nos verdes prados,
Tu divagas prezenteiro;
Eu só nas lidas do campo,
Ou gemendo no terreiro
Vais cantando a liberdade,
Que eu choro meu cativeiro
Quando é noite, tu descansas
Sobre o teu ramo altaneiro,
E eu por entre os meus soluços
Ferido neste espinheiro...
Vai cantando a liberdade,
Que eu choro meu cativeiro
De manhã, quando despertas,
Vens banhar – te no ribeiro,
E eu de enxada no ombro marcho
Mais triste pra o cafeeiro
Vai cantando a liberdade
Que eu choro meu cativeiro
Como invejo a tua vida
Teu destino lisonjeiro!
Bem quisera ser – não posso...
No riso teu companheiro!
Vai cantando a liberdade
Que eu choro meu cativeiro
Ou me leva pelos ares
Onde voas sobranceiro;
Mas, me prendem férreos laços...
Antes fora o leve argueiro !
Vais cantando a liberdade
Que eu choro meu cativeiro
Bate as asas, vai embora ...
Voa ao céu, voa ligeiro;
Pede a Deus misericórdia...
Que me salve, justiceiro
Vai cantando a liberdade
Que eu choro meu cativeiro.
JUVENAL GALENO, 1865
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