sábado, 3 de março de 2012

RACISMO: OUTRO ABSURDO!


  Letícia quer o direito de ser negra
  "Em artigo publicado neste sábado, no O POVO, a jornalista da rádio O POVO/CBN e da TV O POVO, Letícia Lopes, cobra o direito de ser negra. Apesar de reclamar a raça em sua carteira de identidade, o documento foi impresso como 'cor parda'. Confira:
Direito básico: tirar segunda via da carteira de identidade. Uma missão que começa às 7 horas no Instituto de Identificação. Depois de horas na fila, eis que chega minha vez, e, logo após passar por várias etapas para conseguir o documento, me deparo com uma situação ímpar: o atendente, simplesmente, lê a ficha que acabo de preencher e solta a afirmativa: 'Mas você não é negra e sim parda!' Sem acreditar no que estava a ouvir, afirmei de forma categórica: 'Sim, sou negra. Ou você não está percebendo isso?'.
  O moço, com um sorriso ainda um pouco confuso, continuou a defender seu ponto de vista: 'Mas quase não existem negros no Ceará'. Eu, firme, continuei: 'Desculpe, mas acho que o senhor está imensamente equivocado. Não tenho problemas nenhum em me afirmar assim, pois me sinto e me vejo dessa forma'.
Depois de alguns minutos de conversa, consegui o documento, porém, mesmo me afirmando negra, ficou registrado em minha documentação 'parda'. Será que eu entro nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)? Não lembro ter sido entrevistada por nenhum recenseador.
  Em horas assim acabo lembrando uma pergunta que um grande amigo jornalista me fez: 'Você considera esse elemento tão fortemente assim? Questão de ser negra?' Sim, meu nobre amigo, considero.
  Não tenho dilemas em me autodeclarar negra, pois é isso que sou. É meu direito prestar informações para meus documentos. Em alguns casos, é mais confortável para algumas pessoas se declararem pardas.
  Não é à toa que o estudo 'Perfil da raça da população cearense' divulgado essa semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base no Censo de 2010, mostrou que mais de 60% da população do Ceará se autodeclara parda. Quem é que gosta de ser mal atendida e mal tratada em lojas em virtude da cor? Quem gosta de ser questionado se sabe ler e escrever?
  O estudo do Ipea deve agora servir como base para políticas públicas em Educação e, assim, dar condições para que brancos e negros possam competir em pé de igualdade no mercado de trabalho. Deve também incentivar ações de inclusão social para que negros não tenham mais receio de se assumirem como tal. Eu sou mulher, negra e cearense, com orgulho." (BLOGUE DO ELIOMAR)

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