segunda-feira, 23 de abril de 2012

Esperança em Vias de Concretização (em Adendo ao Texto de Fernando Machado de Albuquerque)


  "A igreja agora aparenta estar mais cheia e os fiéis mais entusiásticos. A mudança, de fato, vem significando renovação! Louvável atitude esta do bispo de estabelecer um tempo limite para o serviço dos sacerdotes enquanto párocos nas cidades (seis anos, com possibilidade de se estender mais seis, completando o teto de doze), pois se fosse deixar à vontade, haveria aqueles que tomariam as paróquias para si, fazendo delas suas propriedades particulares. Em Coreaú era este o caminho que se trilhava, remorsos à parte.
  Estava eu presente na assembleia paroquial deste ano, a primeira de Lucione como pároco local. Lá pude ver a abertura que ele propôs para que a Igreja pense com o povo sua situação social e nela possa investir. Mas pude também perceber o quanto nossos agentes de pastoral não estão habituados com tal ideia de Igreja atuante, de Libertação, pelo menos a grande maioria.
  Ser Igreja não é o velho hábito dominical de lazer familiar e oração partilhada, exercício de cânticos, ou lugar para o povo faceirar com as mais novas aquisições em roupas – não menosprezando estes aspectos da cultura local, claro, só não podemos limitar nossos horizontes a estas acepções. Há uma mensagem subjacente, aquela que o nazareno nos mostra com seu exemplo terreno, e esta é a que deve nos causar impacto e motivar o trabalho em prol da coletividade.
  Retratava em texto anterior, o citado por Fernando, a demonstração clara de Jesus de simplicidade e entrega. Ouso dizer agora, arriscando-me às reprimendas dos crentes fundamentalistas (não limitando a crentes os protestantes), que se o Jesus não fosse filho de Deus, se sua divindade fosse somente fruto dos ímpetos humanos no curso da História, ainda seria justo segui-lo.
  Não preciso de argumento de autoridade! Não necessitaria ser filho de Deus para sua mensagem causar um impacto descomunal. A questão é de sentido, do significado prático que este amor universal e ética implicada, ambos pregados por Cristo, significariam se os crentes o seguissem, ao invés de pregar suas próprias salvações, como cães adestrados, amansados pela recompensa em ossos, ostentosos pela 'santidade'.
  Fico extremamente grato pela parte que me cabe no texto de Fernando Machado Albuquerque. É bom saber que minhas palavras, oriundas da angústia e inquietude, que por vezes me abate, soltas à brisa, podem afetar alguém."

  (Benedito Gomes Rodrigues)

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