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29 de abr. de 2012
A ÁGUIA
PARNASIANISMO
LUÍS DELFINO (Santa Catarina-1834; Rio de Janeiro-1910)
A águia negra, num vôo, de repente, Fura o céu, desprendida da montanha, E parece levar em feixe ardente Luz, que às garras metálicas apanha.
Afronta o sol, provoca-o frente a frente, Deixa as nuvens atrás, remonta em sanha... E volta irada, triste, e lentamente, Por ver tão longe a luminosa aranha.
Liso, e em fogo o areal, como um espelho Amplo, se estende ao seu olhar vermelho... Vermelho, como a espuma dos vulcões:
Desce; e por desenfado ao bico enorme, Enquanto um grupo de gazelas dorme, Folga arrancando os olhos aos leões.
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