"Tempo quente. Mais nada de chuva. Até o corpo e alma
do sertanejo já andam fadigados com a seca. O bom sertanejo está em sintonia
com a terra, com os animais e as plantas. Percebe nos ninhos, que já começam a
ser feitos nos tocos, o anúncio de fim do inverno, mal começado. Há uma
resistência que se acostumou em persistir. Morar no sertão é estar submetido às
condições deste meio, ora de fartura, ora de sequidão. Quem tem de se adaptar
somos nós e nossas comunidades. Nós é que somos os intrusos aqui, nós e nossos
animais exóticos para este ambiente, nossas invenções, nossos excessos...
As intempéries da seca, aparecendo na televisão e
demais meios sensacionalistas, como uma aberração, não são novidades por aqui.
Adaptação é fundamental, ainda mais em tempos de aquecimento global gerando
expectativa de potencialização dos eventos climáticos extremos.
Nos roçados queimados, escassa produção... Nos
poucos agroecológicos, sem queima, com muita cobertura morta, nenhum
agrotóxico, há de se ter uma produção, minimamente, razoável. Há diversas
soluções, não para a seca, mas para como nos portamos perante ela."
(Benedito Gomes Rodrigues)
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