17 de mai. de 2012

NO RASTRO DA SECA


  "Tempo quente. Mais nada de chuva. Até o corpo e alma do sertanejo já andam fadigados com a seca. O bom sertanejo está em sintonia com a terra, com os animais e as plantas. Percebe nos ninhos, que já começam a ser feitos nos tocos, o anúncio de fim do inverno, mal começado. Há uma resistência que se acostumou em persistir. Morar no sertão é estar submetido às condições deste meio, ora de fartura, ora de sequidão. Quem tem de se adaptar somos nós e nossas comunidades. Nós é que somos os intrusos aqui, nós e nossos animais exóticos para este ambiente, nossas invenções, nossos excessos...
  As intempéries da seca, aparecendo na televisão e demais meios sensacionalistas, como uma aberração, não são novidades por aqui. Adaptação é fundamental, ainda mais em tempos de aquecimento global gerando expectativa de potencialização dos eventos climáticos extremos.
  Nos roçados queimados, escassa produção... Nos poucos agroecológicos, sem queima, com muita cobertura morta, nenhum agrotóxico, há de se ter uma produção, minimamente, razoável. Há diversas soluções, não para a seca, mas para como nos portamos perante ela."

  (Benedito Gomes Rodrigues)

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