Por: Benevides Machado de Carvalho
Para o Brasil, donativo
Foi o advento do baião
Um musical aditivo
Com obras de Gonzagão
Mil novecentos e doze
Dia treze de dezembro
Em Exu, nasceu Gonzaga
Do cancioneiro foi membro
Infância desconfortável
Na lide cotidiana
Trabalhou de sol-a-sol
No corte da canarana
As raízes musicais
De Januário, herdou
Tornou-se bom sanfoneiro
Do baião, foi impulsor
Saindo de Pernambuco
O seu estado natal
Buscando em outras plagas
O progresso pessoal
Foi no Rio de Janeiro
Que encontrou sua trilha
Cantou nos altos e baixos
Onde aprendeu a cartilha
De Exu a Juazeiro
Rumou para Fortaleza
No 23 BC, corneteiro
Um soldado sem braveza
De Minas pra Mato Grosso
Incumbência militar
Deu baixa, pelo sobrosso
No Rio foi habitar
Uma sanfona comprou
Seu ego, satisfazendo
Zonas de mangues, tocou
Suas idéias, crescendo
Em programas de calouros
Seu momento fez surgir
Indumentárias em couros
Pra ouvintes da Tupi
Sua fama foi subindo
Das cidades ao sertão
Cantando, todos sorrindo
Dançando xote e baião
Fim de semana, lotadas
As planejadas festinhas
Fosse salão ou latadas
Enfeites de bandeirinhas
O chitão, festa esperada
No nordeste é tradição
São Pedro, data marcada
Na capital e sertão
E tudo então, faz lembrar
Os idos com emoção
Festas até o sol raiar
Cantadas por Gonzagão
Nosso forró pé-de-serra
Arrasta-pé verdadeiro
Gonzagão de nossa terra
Charmou o Brasil inteiro
Cantou seca e fartura
Bons invernos, festejou
Versejando com candura
E a São João, exaltou
Mazurca, xote e xaxado
Toada, marcha e baião
Valsa e bom rasqueado
Bosquejos de Gonzagão
Um hospital em Recife
Santa Joana, chamado
Acolheu nosso cherife
Forrozeiro afamado
O incansável cantador
Não suportou o agravo
Foi grande a sua dor
Nos deixou, o grande bravo
No dia dois de agosto
Do ano oitenta e nove
Seu físico no oposto
A morte, sim, o demove
Deixando vasta lacuna
O cancioneiro gigante
Gonzagão, nossa graúna
Da terra se fez distante
Tua sanfona, forte agita
Pelo sertão, ecoante
Nos bons forrós, faz visita
O belo baião triunfante
São tantas imitações
Querendo tocar baião
Não passam de pretensões
Jamais, a ti, chegarão
Nas mentes, enraizadas
O teu musical tem vaga
Das canções aqui deixadas
Parabéns, velho Gonzaga.
* Texto originalmente publicado no Jornal do Leitor, do O Povo
Para o Brasil, donativo
Foi o advento do baião
Um musical aditivo
Com obras de Gonzagão
Mil novecentos e doze
Dia treze de dezembro
Em Exu, nasceu Gonzaga
Do cancioneiro foi membro
Infância desconfortável
Na lide cotidiana
Trabalhou de sol-a-sol
No corte da canarana
As raízes musicais
De Januário, herdou
Tornou-se bom sanfoneiro
Do baião, foi impulsor
Saindo de Pernambuco
O seu estado natal
Buscando em outras plagas
O progresso pessoal
Foi no Rio de Janeiro
Que encontrou sua trilha
Cantou nos altos e baixos
Onde aprendeu a cartilha
De Exu a Juazeiro
Rumou para Fortaleza
No 23 BC, corneteiro
Um soldado sem braveza
De Minas pra Mato Grosso
Incumbência militar
Deu baixa, pelo sobrosso
No Rio foi habitar
Uma sanfona comprou
Seu ego, satisfazendo
Zonas de mangues, tocou
Suas idéias, crescendo
Em programas de calouros
Seu momento fez surgir
Indumentárias em couros
Pra ouvintes da Tupi
Sua fama foi subindo
Das cidades ao sertão
Cantando, todos sorrindo
Dançando xote e baião
Fim de semana, lotadas
As planejadas festinhas
Fosse salão ou latadas
Enfeites de bandeirinhas
O chitão, festa esperada
No nordeste é tradição
São Pedro, data marcada
Na capital e sertão
E tudo então, faz lembrar
Os idos com emoção
Festas até o sol raiar
Cantadas por Gonzagão
Nosso forró pé-de-serra
Arrasta-pé verdadeiro
Gonzagão de nossa terra
Charmou o Brasil inteiro
Cantou seca e fartura
Bons invernos, festejou
Versejando com candura
E a São João, exaltou
Mazurca, xote e xaxado
Toada, marcha e baião
Valsa e bom rasqueado
Bosquejos de Gonzagão
Um hospital em Recife
Santa Joana, chamado
Acolheu nosso cherife
Forrozeiro afamado
O incansável cantador
Não suportou o agravo
Foi grande a sua dor
Nos deixou, o grande bravo
No dia dois de agosto
Do ano oitenta e nove
Seu físico no oposto
A morte, sim, o demove
Deixando vasta lacuna
O cancioneiro gigante
Gonzagão, nossa graúna
Da terra se fez distante
Tua sanfona, forte agita
Pelo sertão, ecoante
Nos bons forrós, faz visita
O belo baião triunfante
São tantas imitações
Querendo tocar baião
Não passam de pretensões
Jamais, a ti, chegarão
Nas mentes, enraizadas
O teu musical tem vaga
Das canções aqui deixadas
Parabéns, velho Gonzaga.
* Texto originalmente publicado no Jornal do Leitor, do O Povo
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