quarta-feira, 15 de agosto de 2012

TROVAS DE PEDRO ORNELLAS

1
Resto da chama incontida
do amor, outrora envolvente,
saudade – é fumaça ardida
queimando os olhos da gente!

2
Pondo-me agora em contato
com meus sonhos de criança,
saudade é porta-retrato
na carteira da lembrança!

3
Num constante escarafuncho
que eu condeno, mas aceito
esta saudade é um caruncho
causando estrago em meu peito!

4
Sodade, pra sê bem franco,
é uma perebinha à toa,
mas que a casca eu sempre arranco
pro módi a cocera boa!

5
Saudade é um retrato antigo,
na carteira, desbotando,
que eu sempre levo comigo
para olhar de vez em quando!

6
Saudade é uma voz sem fala
é mal que a cura dispensa...
é uma ausência que se instala
disfarçada de presença!

7
Saudade, uma dor infinda,
um barco longe do cais...
Desejo de ter-se ainda
o que já não se tem mais!

8
Pelos trilhos da lembrança,
a saudade, trem expresso,
traz, no vagão da esperança
meu passado de regresso!

9
De tudo o que já foi dito
resta dizer que a saudade
é um velho poema escrito
com tinta de mocidade!

10
Que gosto dela eu assumo,
pelo bem que faz agora...
Porque a saudade é o resumo
dos bons momentos de outrora!
 
Reproduzidas por Barros Alves

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