"(...) A constatação desse cenário torna sem graça a
sucessão para a minoria que pensa um pouco. A aposta maior da indústria
da ilusão mira e se alimenta da persistente desigualdade brasileira.
Quanto mais pobre e mais dependente do poder público for o sujeito,
melhor. As campanhas eleitorais são bancadas pelos ricos, mas embaladas
como oferta para o consumo dos mais pobres.
No futuro o
eleito fará a vontade dos que o financiaram promovendo licitações
dirigidas para devolver com recursos públicos o que recebeu do ente
privado. A propaganda do PSTU promete uma Fortaleza para os
trabalhadores e ataca o capital e as elites num discurso velho e em
desuso, mas vale a pena se debruçar nele para vislumbrar. Como ter uma
cidade de trabalhadores sem empregadores? Ora. Se o pressuposto é iludir
para convencer o que importa é que o eleitor acredite nisso e pronto.
Ampliando-se para as demais candidaturas a situação é a mesma. Em
primeiro ou em segundo turno o eleitor vai acabar escolhendo a ilusão
mais convincente e a esta entregará a chave da cidade e de seus cofres
públicos.
E o futuro governo? E a próxima gestão? E a nova
administração como realmente será? Isso o cidadão que vai votar
iludido, convencido, contrariado, motivado ou desiludido só saberá
quando a máscara cair e o candidato mais eficiente na arte de ‘te
ganhar’ assumir como prefeito..."
(CLÁUDIO TERAN)
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