"Várias pessoas me ligaram ontem e já hoje, contando da irritação de certas figuras do círculo do poder comigo, por ter denunciado à ANPUH-Nacional o lastimável estado do Arquivo Público intermediário do Ceará. Desculpe-me pela sinceridade, meus colegas e amigos historiadores, mas não sou do tipo que se intimida ou contemporiza com situações como essa - mesmo que aquele espaço seja 'provisório', existem maneiras outras (e ideais) para se armazenar documentos e não jogando tudo ao Deus-dará, em caixas e estantes empoeiradas. Pelo que apurei, a tal 'reforma' já dura anos e a situação do arquivo é muito dificil - não por culpa de seus funcionários e diretores, deixe-se claro, mas pela questionável política cultural do Ceará, que não prioriza equipamentos, a exemplo do Arquivo, do Museu e da Biblioteca. Talvez não dê tanta mídia investir nestes. Em vez de se irritar com quem fez as denúncias, o ideal seria pressionar o governador do Estado a resolver urgentemente os problemas. E aí falta também a movimentação dos profissionais de história, para exigir das autoridades melhor estrutura do Arquivo, realização de concurso, contratação de mais funcionários (pelo que apurei são muitos os terceirizados no Arquivo Público e vários funcionários estão se aposentando), etc. Esse é um momento para a academia também se pronunciar. Equanto estiver em paz com minha consciência, continuarei cobrando a solução para o problema." (Airton de Farias)
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