21 de jan. de 2013

A FOME DAQUELES TEMPOS...

  Zé saía cedo de casa. Antes das seis da matina. No ombro levava uma enxada, uma foice e um machado. Não abria pra nada! Destemido! No cós da calça uma faca peixeira embainhada. Metida no cabo da enxada uma cabaça mediana. Entrava na mata, derrubava mato, arrancava toco, apanhava feijão, pegava um surrão e o enchia de feijão. Onze e meia riscava! Do canto do quintal amplo já podia sentir o cheiro do feijão, cozido com toucinho. Um cheiro bom. Pra quem tinha fome de leão. De quem trazia no ombro o suor do trabalho honesto... Zé comia muito. E como comia! Depois de tanto feijão, raspava uma rapadura grande e botava pra dentro, sob o olhar caprichoso da esposa Maroca. De tarde voltava pra, de novo, derrubar meio mundo!

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AV. BEIRA MAR NO ABANDONO

Nem o belo logradouro escapa. Triste fim de uma gestão lastimável!