"Sobre tema semelhante (social, econômico, político, etc., da
situação do município de Coreaú - CE.), já tive oportunidades nesse espaço (COREAUSIARÁ)
e em outros blogues, de manifestar-me a respeito de assuntos tão relevantes
para a municipalidade. Por isso, oportuno e pertinente o questionamento trazido
à baila pelo blogueiro. Especificamente, nessa oportunidade, gostaria de discorrer
sobre dois pontos fundamentais para o desenvolvimento da nossa terra, Palma: potencial
produtivo e vocações, ali referidos.
Hodiernamente, até os idos findos dos anos da década de oitenta
do século passado (XX), o nosso Coreaú tinha como principais alavancas/esteio
de seu desenvolvimento (crescimento econômico e social), basicamente 4 (quatro)
pilares: a agricultura, a pecuária, o comércio e o poder público (os
aposentados eram poucos). Com o passar dos anos, os dois primeiros vêm declinando
assustadoramente sua importância econômica, agravada pela terrível e cíclica
seca do semiárido nordestino, e talvez por falta de incentivo ou de políticas
públicas corretas nesses setores, por falha ou omissão do poder público. O que
se vê hoje é que as duas únicas fontes/oportunidades principais de emprego/trabalho
para a população economicamente ativa do município advêm do setor de serviço (basicamente o comércio e Prefeitura Municipal).
Considerada ainda por muitos como 'a galinha-dos-ovos-de-ouro', a Prefeitura Municipal vem ao longo dos anos perdendo sua força e substância
motora de se firmar como mentora e agente do crescimento/desenvolvimento da
economia local, (ainda que se busque parceria público-privada!?), em razão de
políticas equivocadas, que resultaram no marasmo e no atrofiamento em que se
encontra o nosso Coreaú (o nosso PIB é quase inexistente, inexpressivo, com
relação ao PIB do Ceará). A sociedade local certamente também é responsável por
essa triste situação (apesar de pagar boa parte dessa conta), em face de não
cobrar dos seus legítimos representantes (vereadores e prefeitos eleitos em
todos esses anos) as mudanças de estratégias e de políticas públicas, em favor da
melhoria da agropecuária, de oportunidades de emprego para os jovens, geração de
renda para o homem do campo, educação de qualidade, cuidados com a infância,
adolescência e idosos, etc.
Há um grande paradoxo em Coreaú, quando dezenas de jovens concluem
os seus estudos nos níveis médio e superior ao longo dos anos, mas, no entanto,
não têm oportunidade de emprego/trabalho em sua terra, pois a economia do
município não comporta, por estar debilitada e fragilizada, tendo como consequência
o adiamento e/ou frustrações de sonhos ou tentar realizá-los em outras plagas,
como muitos fizeram.
O que fazer então? Qual a vocação do nosso município?
Há alguns anos o Governo do Estado tem adotado uma política
de desenvolvimento para os municípios do interior do Ceará, especialmente com
instalação de pequenas e médias indústrias. Mas para isso, devem existir bons
projetos, vocação para o negócio/atividade a ser implantada e, principalmente,
mão-de-obra especializada e infraestrutura local, além dos incentivos fiscais.
etc. Não há dúvidas de que a vocação de Coreaú no setor primário é a agropecuária,
e no terciário o comércio. Sem política pública correta nesse sentido,
dificilmente o município se desenvolverá.
É sabido por todos que Coreaú (sobre) vive das aposentadorias
e pensões (a população cresceu e ficou mais idosa) e dos salários do setor de
serviços (comércio e Prefeitura Municipal). Portanto, é muito pouco para o
lugar se desenvolver. Algo deve ser feito para mudar a indesejável rota contínua
da bancarrota, do fracasso e da atrofia econômica.
Por oportuno, a Fábrica de Cimento Poty/Sobral inaugura em
2015 uma nova unidade no Distrito de Aprazível. O que o poder público e a
sociedade local já fizeram ou pensam em fazer para oportunizar chances reais de
trabalho/emprego e renda aos coreauense, já que a nova fábrica fica/dista
apenas 23 km da sede do município de Coreaú e menos de 1o do distrito de
Ubaúna!? Espero e desejo que o clientelismo eleitoral de 4 em 4 anos não vença
mais essa e outras oportunidades de crescimento profissional, econômico e
social (do município)."
COSMO CARVALHO
Engenheiro e advogado
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