"Perguntaram a um médico voluntário, num campo de refugiados da África, qual sua especialidade, e ele respondeu:
– Sou especialista em pobreza.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mede o progresso de um país, de
um estado-membro ou de um município, a partir de três dimensões: renda,
saúde e educação. O último IDH medido de Coreaú corresponde a 0,591
(PNUD/2000), refletindo a pobreza acentuada do município.
O Prof. João Teles propõe dez questões, cujas respostas – ou tentativas
de respostas – deveriam figurar num livro de História de Coreaú. A sexta
questão indaga onde estariam os bolsões de miséria do município. Ora,
não somente por acreditar na frieza dos números do IDH, mas sobretudo
por conhecer a realidade coreauense, imagino que a questão seria mais
facilmente respondida se realizada de maneira invertida, ou seja, se
pedisse a indicação dos bolsões de riqueza da Palma.
Os bolsões de pobreza permeiam praticamente todo o município,
particularmente as áreas periféricas da cidade de Coreaú e das sedes dos
três distritos – Araquém, Aroeiras e Ubaúna –, as diversas vilas e
localidades, desprovidas de quase tudo, os casebres isolados da
caatinga; enfim, a pobreza se alastra pelos quatro cantos do município.
Sendo honesto, poder-se-ia lamentavelmente caracterizar o município
inteiro como um grande bolsão de pobreza. De toda sorte, como a questão
pretende identificar especificamente aqueles que vivem na miséria
– condição mais severa, típica de pobreza extrema –, haveria de ser
realizado um levantamento específico, seguindo os rastros da pobreza que
serpenteia todo o território municipal. "(Eliton Meneses, defensor público, em seu Blogue Diário de um Navegante)
DO BLOGUE: Minha referência foi ao que o advogado comunista Tarcísio Leitão chama de "desgraçados sociais". Ou seja, os deserdados, vítimas da niguenização, a quem o poder público não vê, sabe-se bem porque!
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