terça-feira, 19 de março de 2013

UMA HISTÓRIA DE... FRACASSO!

  "(...) Há relatos sobre problemas provocados pelas secas desde os mais remotos documentos sobre o território hoje chamado de Ceará. No livro Uma Nova História do Ceará (Edições Demócrito Rocha, 2007), Frederico de Castro Neves relata a transferência periódica de tribos indígenas, em busca de áreas mais úmidas. A falta de chuvas é também a razão mais comumente apontada para o fracasso daquela que, para alguns, foi a primeira atividade econômica de relevância no Ceará – as charqueadas, sobretudo em Aracati, principal núcleo urbano do período. Atribui-se ao produtor de carne aracatiense José Pinto Martins a introdução do charque no Rio Grande do Sul, após migrar devido à seca de 1777. Mesmo o algodão, cultura adaptada ao semiárido, sofreu com a seca cem anos mais tarde. É impressionante como, passados tantos séculos, com tanto dinheiro gasto e com tantos prejuízos, que vão muito além do financeiro, o homem do campo ainda dependa das orações para seu padroeiro, enquanto água é racionada em alguns municípios. É o fracasso e a vergonha dos sucessivos governantes que já comandaram o Ceará ao longo dos séculos. Afinal, a 'adversidade natural só se transforma em flagelo social quando as condições sociais, políticas e econômicas o favorecem', diz o professor Luís Celestino de França Júnior, em artigo no livro Bonito Pra Chover (Edições Demócrito Rocha, 2003).
  É fato que os diversos ciclos fizeram da miséria ferramenta para manutenção do poder. Nem falo de uma maldade congênita, na qual deliberadamente se nega soluções para lucrar politicamente. Basta a junção da incompetência e incapacidade para encontrar soluções estruturais, somada à conveniência dos paliativos, por meio da caridade. Diz-se que dom Pedro II prometeu vender até a 'última joia da coroa' para que os nordestinos não morressem mais de sede. Se o tivesse feito – e, claro, que não o fez – o dinheiro provavelmente teria ido para os similares da época das cestas básicas, carros-pipa e frentes de serviço. E o sertanejo continuaria a padecer com o flagelo. (...)."

 (Érico Firmo, no O Povo)

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