Parte do artigo do Professor Antonio Mourão Cavalcante, no O Povo de hoje:
"(...) Todos aqueles que acreditam num Estado de Direito devem estar muito
preocupados. Sentimo-nos desmoralizados. Parece que ninguém acredita
mais. Nem alimenta esperanças. Os exemplos são múltiplos. Crescentes.
Plurais. Uma polícia investigativa sem condições e sem pessoal, um Judiciário
amarrado pela burocracia e um formalismo arcaico, geram uma sociedade
com medo. Atônita. Daí vem a tentação de resolver os impasses com as
próprias mãos. Sentença e execução imediatas.
E isso se espalha como um rastilho de pólvora. Vem igualmente o
descrédito nos outros poderes constituídos. A ideia difundida de que é
tudo corrupto. É tudo safado. Todas as instâncias são igualmente
imprestáveis. Há uma crise nas instituições criadas pela própria
sociedade.
Aliás, o mesmo ocorre em outros setores… Não se coloca o filho na
escola pública, porque não funciona. Não se vai ao posto de saúde ou
hospital público, porque não atende. Não tem médico, não tem remédio.
Cria-se um sistema paralelo de segurança, com portões e muros altos.
Vigilantes armados. Carros blindados. Praças vazias. Estamos sitiados! (...)."
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