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29 de jun. de 2013
MAIS UM CASO ESCABROSO!
"Dia
20 de junho houve uma passeata em Fortaleza, em que aconteceram alguns
confrontos. Uma aluna minha - que chamarei de Carla, nome fictício -
participou do evento, mas sem envolver-se nos distúrbios. Carla é uma
garota bonita, muito inteligente. Tem 17 anos (atentem a esse detalhe) e
deseja cursar Direito. Após a passeata, Carla estava no ponto de
ônibus, quando foi truculentamente abordada por policiais. Aí começa um
festival de ilegalidades. Os policiais não tinham nenhuma identificação
(tinham arrancado a tarja que os identifica). Um policial - um homem,
portanto - fez a revista na garota de menor idade (quando isso deve ser
feita por UMA policial). Carla disse-me que outras garotas foram também
visitadas e algumas bolinadas. Mesmo sem nenhum flagrante de ilícito,
Carla foi presa. No caminho para o local
onde estavam os outros detidos, Carla recebeu ameaça de que seria
estuprada e morta. Sua bolsa foi revirada, seus pertencesquebrados,
seu dinheirorasgado. Ao saber que se tratava de uma menor, os policiais
levaram Carla para a DCA. Lá a delegada fez um acordo com a Defensoria
para que a garota fizesse exames no IML e a seguir, fosse liberada. Carla foi
mandada para fazer os exames, mas com policiais diferentes daqueles que a
tinham prendido. O exame não pode ser feito. Carla voltou para a DCA,
onde os defensores não se encontravam mais. A delegada decidiu, então,
prender Carla numa cela com duas outras garotas detidas por tráfico de
drogas. Carla desesperou-se, jogou-se no chão, mas não teve jeito.
Passou a noite acordada em pânico. Apenas na manhã do dia seguinte, por
volta de 10h, com a chegada de sua mãe e de defensores, Carla foi solta,
enfim. O policial comandante da operação tentou se justificar e pedir
desculpas, alegando que estava cumprindo ordens dadas diretamente pelo
governador do Estado, um argumento ingênuo, pois agente público não pode
argumentar submissão a hierarquias para cometer ilegalidades. (...)."
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