15 de jun. de 2013

REPRESSÃO (TAMBÉM EM BRASÍLIA!)

  "É muito bizarro você estar presente em um movimento e depois ler na imprensa uma versão completamente torta dos fatos. O fato é que ninguém me contou, eu presenciei tudo isso. Eu vi o comandante dizer que a ordem era 'pra dispersar'. Em seguida entendemos o que significava isso. Bala de borracha, spray de pimenta e bombas de gás contra o grupo que estava sentando com as mãos pra cima gritando: 'Sem violência!'.
   Eu vi e corri junto com o grupo que mal conseguia respirar com o gás e fugia das balas que machucaram tantos de nós. Eu me joguei atrás de uma árvore, pra desviar da viatura do batalhão de choque, que saiu em alta velocidade pelo gramado do Parque da Cidade tentando atropelar os manifestantes. Eu fiquei assustada sem saber o que fazer frente aquele helicóptero que voava sobre nossas cabeças, com policiais na porta mirando armas em nossa direção.
   Mas não se preocupe, senhor governador, pois esse pequeno arranhão que tenho em meu rosto e o ferimento na perna causada pela bala de borracha atirada pelos policiais, sob suas ordens, não serão tratados nos Hospitais públicos de Brasília (HRAN, HRAS e Hospital de Base) que o senhor mandou esvaziar, cancelando cirurgias, dando alta a quem não poderia ter, transferindo pacientes mais graves para os já superlotados hospitais de Sobradinho, Taguatinga e adjacências.
   A dor causada pelos ferimentos físicos que tenho não chega nem perto da dor e da vergonha de saber que Vossa Excelência mandou fazer uma 'limpeza' na cidade, prendendo ou jogando não se sabe onde os moradores de rua.
   Sabe, senhor governador, o único erro dos manifestantes foi ousar mostrar ao mundo que a peça encenada no palco do estádio mais caro da história do futebol, tinha um cenário montado para esconder a realidade da nossa querida Brasília."
 
  (Profa. Catarina de Almeida Santos, de Brasília, no Facebook)

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