"Foi
preciso um grafite para os poderes públicos lembrarem da existência do Farol do
Mucuripe, patrimônio histórico em péssimo estado de conservação. Não é uma
questão só de uma ou de outra gestão. É uma questão (igualmente) de sociedade.
Os setores abastados locais, em sua ânsia de modernidade, desprezam a história
local.
Preferem as mega-obras, para mostrar seu
poder megalomaníaco (e quem sabe fazer a alegria das grandes construtoras); preferem
os arranha-céus, com seus nomes em inglês de dobrar a língua. Preferem vias e
viadutos para andarem em seus carrões potentes. De fato, o Ceará é uma terra de
gente pobre.
Caros grafiteiros, que
tal fazer sua arte no Teatro São José, no Museu do Ceará, no Arquivo Público,
nos prédios históricos do Centro de Fortaleza, nos casarões do Jacarecanga?
Sugiro até ‘grafitarem’ escritores, músicos, atores, etc. Quem sabe, assim, as
nossas autoridades lembrarão que existe arte e história nas terras de Alencar,
Raquel e Patativa.”
(AIRTON DE FARIAS, historiador)
Nenhum comentário:
Postar um comentário