"Ando meio cansada de tanta ignorância sobre a presença indígena nesse País. Nos últimos dias tenho escutado verdadeiros absurdos... de pessoas que sabem ler, que tiveram acesso à educação, internet... Pessoas ricas, muito ricas, e supostamente cultas, que construíram seus pequenos paraísos na fronteira de uma terra indígena demarcada há mais de 30 anos, mas que nunca sequer se deram ao trabalho de fazer uma pesquisinha básica, via Google, antes de saírem por aí propagando mentiras de toda sorte. Vivem num dos destinos turísticos mais cobiçados do extremo sul baiano. São, em sua maioria, pousadeiros de São Paulo, Minas, Rio e da Europa, mas também conservacionistas anti-presença humana em áreas de proteção ambiental. Não fazem parte da bancada ruralista, mas se utilizam dos mesmos argumentos dela. Se eu tivesse paciência, pediria para lerem ao menos esse trechinho do texto que aqui posto... Para não soarem tão ignorantes, porque não dá pra questionar a presença pataxó entre os rios Caraíva e Corumbau, e porque continuar afirmando isso é no mínimo ridículo. No mínimo. As pessoas sabem ler, têm internet, mas têm também preguiça de pesquisar sobre o que falam. Aliás, isso vale pra muita coisa, inclusive pras asneiras que tenho que escutar todo dia sobre o Bolsa família... de gente que ganha muito dinheiro, de gente que está no topo da pirâmide... A preguiça de ler, pesquisar, pensar,... Preconceito escancarado... Ai, ai, que preguiça disso tudo!"
(Joceny Pinheiro, pesquisadora cearense)
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