2 de jul. de 2014

EU, PERNA-DE-PAU

  CRÔNICA

  Em tempos de bola rolando atrevo-me a falar um pouco de minha conflituosa relação com a redonda. Carpideira tem o algo a ver com festas e baladas? E o cafute com as missas? Pois é. Nunca joguei bola. Quando me meti a besta, nas aulas do Prof. Ivan, em Coreaú, sofri um bocado. Corria prum lado e pro outro, feito barata que leva tabefes. Ninguém me via. A mim não ofertavam nem paralelepípedo, como se bola fosse.  Ela não me aparecia. Oh, mulher malvada. Troçava de mim e de meu parco talento.  Os colegas eram de uma frieza de médico legista. Não me tocavam a gorducha. Hoje sei bem porque. Não iam perder tempo. Quando, às vezes, tocava a pelota com os pés, vinha-me um aperreio tão grande... E o marcador saía com ela, lépido e fagueiro. Sujeito traiçoeiro. Não me perdoava nem uma vezinha! Havia só insenbilidade nessa relação... De forma que nunca tive o prazer de um gol. Nem que fosse aquele que até as crianças jogam o couro pro fundo da cidadela. Sou um cabra sem um tento. Não mexi em placar. Nunca fiz os números mudarem... Acho que esse negócio de futebol não é coisa pra esse diabo poeta. Até nos palpites só ruim. Só me falta aparecer alguém, desses metidos a sabido, pra pedir que alguém toque um Noel pra mim. Eu seu que mereço um Palpite Infeliz! Só o palpite!  

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Nem o belo logradouro escapa. Triste fim de uma gestão lastimável!