CRÔNICA
Em tempos de bola rolando atrevo-me a falar um pouco de minha
conflituosa relação com a redonda. Carpideira tem o algo a ver com festas e
baladas? E o cafute com as missas? Pois é. Nunca joguei bola. Quando me meti a
besta, nas aulas do Prof. Ivan, em Coreaú, sofri um bocado. Corria prum lado e
pro outro, feito barata que leva tabefes. Ninguém me via. A mim não ofertavam
nem paralelepípedo, como se bola fosse.
Ela não me aparecia. Oh, mulher malvada. Troçava de mim e de meu parco
talento. Os colegas eram de uma frieza
de médico legista. Não me tocavam a gorducha. Hoje sei bem porque. Não iam
perder tempo. Quando, às vezes, tocava a pelota com os pés, vinha-me um
aperreio tão grande... E o marcador saía com ela, lépido e fagueiro. Sujeito
traiçoeiro. Não me perdoava nem uma vezinha! Havia só insenbilidade nessa
relação... De forma que nunca tive o prazer de um gol. Nem que fosse aquele que
até as crianças jogam o couro pro fundo da cidadela. Sou um cabra sem um tento.
Não mexi em placar. Nunca fiz os números mudarem... Acho que esse negócio de futebol
não é coisa pra esse diabo poeta. Até nos palpites só ruim. Só me falta
aparecer alguém, desses metidos a sabido, pra pedir que alguém toque um Noel
pra mim. Eu seu que mereço um Palpite Infeliz! Só o palpite!
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