De Virgílio Maia, poeta limoeirense
Quem pintou essas pedras no sertão,
Nessa
tinta que nunca mais se apaga?
E
para quem nosso ancestral pintava
Brutas
cenas de caça e aquela mão?
Tais
secretos mistérios estarão
Insondáveis
nas cores dessas aras:
Candelabros
ou onças vermelhadas,
Mais
figuras que seguem em procissão.
Contou-me
um dia uma mulher velhinha
Que
numa noite escura el a passou
Se
benzendo de medo pela Pedra.
E
viu, jurou que viu, vinha sozinha,
Que
o enorme gavião se desgarrou
Da
pintura, gritando feito a fera.
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