Se forem mesmo dividir o Brasil e me amarrarem num toco do lado de lá, como vou tomar rapé, tamborilando no corrimboque? Como vou saborear uma fussura de bode, com uma caninha serrana? O que farei sem ouvir Abdias, Trio Nordestino e Noca do Acordeon? Vou ficar sem aquela gemedeira do Patativa e sua poesia com cheiro de terra em dia de sereno? Vou ficar sem o velho pássaro assim depressinha, que nem flerte de viúva? Como vou viver sem forró e sem Lua? E Dominguinhos na radiola fanha, não vou mais ter? E um arrasta-pé numa casa de alpendre? Nunca mais? E umas visitinhas a uma feira sertaneja, pra comer sarrabulho e ouvir aquela dupla de cantadores quando se emendando no tapa, na hora da peleja? Não vou mais adquirir folhetos de cordel ou folha volante, que aquele poeta popular (homem do povo) quer sempre me recitar ao pé do ouvido? E aquela redinha sertaneja ou aquele tucum armado na sala pra uma sesta, nunca mais vou ter? E aquele leitinho mungido ao pé da porteira, com bezerro reclamando e tudo? Cabou? E tudo o mais que essa terra bendita nos oferece, vou perder tudo? Assim, como morre um passarim de titela seca? O que é isso, meus brancos de lá? Cês são mais ruins que um dia de fome! O que mais quero e ficar por aqui mesmo! Dô o maior valor essa minha pobreza pobre. Me deixem quieto! Não quero a vida sua. Quero Suassuna!
UM ESPAÇO PARA LIVROS, CULTURA NORDESTINA E FÓRUM DA ZONA NORTE (CE). (85) 985863910
1 de nov. de 2014
NÃO FAÇAM ISSO!
Se forem mesmo dividir o Brasil e me amarrarem num toco do lado de lá, como vou tomar rapé, tamborilando no corrimboque? Como vou saborear uma fussura de bode, com uma caninha serrana? O que farei sem ouvir Abdias, Trio Nordestino e Noca do Acordeon? Vou ficar sem aquela gemedeira do Patativa e sua poesia com cheiro de terra em dia de sereno? Vou ficar sem o velho pássaro assim depressinha, que nem flerte de viúva? Como vou viver sem forró e sem Lua? E Dominguinhos na radiola fanha, não vou mais ter? E um arrasta-pé numa casa de alpendre? Nunca mais? E umas visitinhas a uma feira sertaneja, pra comer sarrabulho e ouvir aquela dupla de cantadores quando se emendando no tapa, na hora da peleja? Não vou mais adquirir folhetos de cordel ou folha volante, que aquele poeta popular (homem do povo) quer sempre me recitar ao pé do ouvido? E aquela redinha sertaneja ou aquele tucum armado na sala pra uma sesta, nunca mais vou ter? E aquele leitinho mungido ao pé da porteira, com bezerro reclamando e tudo? Cabou? E tudo o mais que essa terra bendita nos oferece, vou perder tudo? Assim, como morre um passarim de titela seca? O que é isso, meus brancos de lá? Cês são mais ruins que um dia de fome! O que mais quero e ficar por aqui mesmo! Dô o maior valor essa minha pobreza pobre. Me deixem quieto! Não quero a vida sua. Quero Suassuna!
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