“Estou há
dez dias no hospital, acompanhando minha maninha, em condições bem precárias,
no corredor do hospital IJF, pois falta leito. O atendimento hospitalar muito
bom, mas quanto à estrutura, fere a dignidade humana. No corredor, se misturam
homens e mulheres, dividindo um espaço que divide as enfermarias, um lugar de
passagem. Um corredor. Hoje ela chorou de dor, mas quem fica no corredor recebe
por último a medicação. Chega um momento que os nervos se abalam, ficam em
frangalhos.
Mas é preciso segurar as lágrimas, parecer forte, mesmo quando você precisa de
colo.
Tá difícil vê-la assim, sofrendo num leito, sem poder fazer nada; ficar assistindo seu sofrimento é cruel demais. Finalmente ela consegue relaxar um pouco.
Aqui faz muito calor, estamos no final do corredor e não permitem o uso de ventiladores. Uso assim mesmo e vez por outra me vejo às voltas com um cidadão que faz a vistoria.
Que país é este meu povo? Quanto vale uma vida?
Por onde anda a cidadania? (...).”
***
Tá difícil vê-la assim, sofrendo num leito, sem poder fazer nada; ficar assistindo seu sofrimento é cruel demais. Finalmente ela consegue relaxar um pouco.
Aqui faz muito calor, estamos no final do corredor e não permitem o uso de ventiladores. Uso assim mesmo e vez por outra me vejo às voltas com um cidadão que faz a vistoria.
Que país é este meu povo? Quanto vale uma vida?
Por onde anda a cidadania? (...).”
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Vilani Oliveira, professora, petista, membro do
Sindicato do Professores de Maracanaú (Suprema) e da Central Única dos
Trabalhadores (CUT).
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