quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

ANÁLISE HISTÓRICA

  "Em História, há disputas de memórias. Ficar procurando quem foi mais 'herói' ou 'bandido' é andar em círculos - e, não raro, sensacionalismo para vender livro, como fazem por aí uns tais guias politicamente incorreto. Os historiadores estão mais interessados em entender as construções dessas memórias e os porquês delas; o que se vinculam a classes, grupos, ideologias, gêneros, etnias, etc. Os processos têm méritos, sim, mas eles são ligados às conjunturas e valores dos grupos, que estão mudando. No colégio, quando eu estudava, aprendia que Domingos Jorge Velho era um herói. Hoje, valoriza-se Zumbi, porque, com a exaltação da democracia, da força do movimento negro, etc., a história de Palmares foi valorizada. Então, a história é filha de seu tempo - agora, não se pode é cair em anacronismos e deve-se ser honesto e ético. Em Palmares havia, ao que parece, escravidão. Isso não é demérito. Havia escravidão já na África. Pessoas viam com normal ter escravo, inclusive ex-escravos. Então, eu tenho que entender Palmares no século XVI e saber que há muitos usos por parte da História, conforme os grupos sociais, ideologias, etc. Nós nunca aprendemos tudo, como de fato foi - podemos até chegar perto. E levamos para a análise do passado muito do presente. Deve o historiador ser ético e competente, para pesquisar e entender esses usos de memórias e limites da pesquisa".
  (Airton de Farias, tecendo comentários sobre os regimes capitalista e socialista)


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