quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

PALANQUES DESMONTADOS, EIS O ESTADO REAL!

  "O candidato ao governo do Ceará  Camilo Santana (PT), apoiado pelo então governador Cid Gomes (Pros), vez por outra assegurava que só prometeria o que pudesse cumprir. A mensagem era cristalina: as finanças estariam em ordem e o candidato oficial teria a vantagem de conhecer em detalhes a situação das contas públicas estaduais. Depois, o governador eleito Camilo Santana, já nas primeiras semanas de trabalho na transição para a nova gestão, passou a falar em corte de gastos, a viajar para Brasília em busca de recursos e a defender a volta da CPMF. Enquanto isso, o ainda governador Cid Gomes cuida da própria vida nos Estados Unidos. O recado é claro: o cobertor é pequeno para cobrir os pés e a cabeça ao mesmo tempo.
  Do otimismo à aflição
  Como explicar a mudança de candidato otimista para futuro gestor aflito? Tudo indica que para Camilo cumprir o que prometeu, será preciso mais dinheiro do que se imaginou. Com a economia paralisada e a projeção de anos ruins pela frente, a estimativa de receita não acompanha a demanda de investimentos e custeio. Obras e ações da atual gestão, muitas ainda em andamento, necessitarão de novos recursos para funcionarem adequadamente. Ter dinheiro para construir um hospital regional, por exemplo, é uma coisa. São R$ 120 milhões. Outra bem diferente é ter previsão orçamentária de longo prazo para manter esses equipamentos: são R$ 110 milhões POR ANO! Bastaram algumas reuniões para Camilo ter a real dimensão da roubada em que se meteu.
  No limite
  Para se ter uma ideia, o jornal O Globo mostrou nesta semana que o Ceará está na chamada 'zona de risco' da Lei de Responsabilidade Fiscal, quando os gastos com a folha de pagamento atingem 44,1% da receita. O limite é de 49%. Em outras palavras, Camilo, futuro governador em exercício, sabe que existe pouca margem para aumentos e contratações. Governistas podem alegar que a situação se repete em outros estados. É verdade, embora todos dissessem que por aqui as coisas eram diferentes. Podem afirmar ainda que o compromisso com o rigor fiscal é salutar em qualquer momento. É verdade também e Camilo acerta ao mirar nas despesas e ao procurar mais recursos. O problema é que essa realidade e essa disposição somente foram admitidas depois das eleições. Até lá, tudo era possível: mais hospitais, delegacias, etc., etc. Não é por aí e o buraco é mais embaixo. E como é aliado da gestão Cid e da presidente Dilma, Camilo ainda tem que tentar desatar esse nó sem reclamar da herança que recebe. No final, como sempre, é melhor o contribuinte preparar os bolsos."
  Blogue do Wanderley Filho, o Wanfil

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