“Quando ainda cursava Direito na UFC, conheci
Mário Gomes. Sujo, barba por fazer, meio alcoolizado, um ar triste. Uma vez,
pediu-me um trocado e lhe paguei um lanche. Foi então que um livreiro da
faculdade contou-me que aquele homem era um poeta e que teria entrado naquele
estado pelo falecimento da mãe e da irmã. Custei a acreditar, mas depois, em
conversa com alguns escritores e poetas, soube que sim, era verdade. O
escritor, o poeta, tem esse comichão do incomodar, do sofrer, do desafiar. Mário Gomes fez disso não só nos
versos, mas na sua própria vida. Era um filho abandonado de uma cidade que
abandona não só sua cultura, mas também seus pobres, moradores de ruas,
centenas de pessoas que vivem e morrem um pouco por dia em nossas praças.
Quantas histórias não há por trás de cada pessoa esquecida no meio-fio? E
quantos poemas não escondem as mãos sujas e os olhos tristes? E quanto
potencial não se perde, por um desses golpes que a vida vez em quando dá?
Mário Gomes, o poeta andarilho, foi irreverente até no dia de sua partida. O último dia de um ano velho, moribundo. Preferiu começar vida nova alhures, no reino dos escritores e poetas, onde todos são amigos do rei, bebem, falam alto, soltam palavrões e tecem belos textos. E são felizes. Um brinde, poeta. Aproveite. Você merece!” (Airton de Farias)
Mário Gomes, o poeta andarilho, foi irreverente até no dia de sua partida. O último dia de um ano velho, moribundo. Preferiu começar vida nova alhures, no reino dos escritores e poetas, onde todos são amigos do rei, bebem, falam alto, soltam palavrões e tecem belos textos. E são felizes. Um brinde, poeta. Aproveite. Você merece!” (Airton de Farias)
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